Zaki admite rediscutir RU, mas é inflexível com ponto eletrônico

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O reitor da UFPR Zaki Akel Sobrinho admitiu em reunião com a diretoria do Sinditest-PR e representantes da base, na tarde desta sexta-feira, 05, que pode rediscutir o preço da refeição no RU para os técnicos administrativos. Zaki Akel ficou de avaliar uma alternativa oferecida pelos membros do sindicato, de debater o tema com toda a comunidade acadêmica, a fim de tentar distribuir mais equitativamente entre as três categorias o custo do subsídio hoje empregado pela universidade.

“O efeito prático desse aumento, para nós, foi desastroso. Nós somos a categoria menos valorizada do serviço público federal, endividados até o pescoço e sem poder aquisitivo. Comer no RU fazia parte da economia doméstica das pessoas”, explicou Márcio Palmares, diretor do Sinditest-PR.

Mariane Siqueira, diretora do sindicato, também admitiu a possibilidade de um aumento, desde que menos radical. “Ninguém aqui está dizendo que não se pode discutir algum aumento, a questão é a dimensão desse aumento, que aconteceu da noite para o dia”, argumentou. “Esse acréscimo, para muitos servidores, e aí nós precisamos ter em mente a realidade da Funpar, inviabiliza a alimentação no próprio restaurante da universidade.”

De acordo com a reitoria, o aumento aconteceu por conta de questionamentos dos órgãos de controle, que não admitem o que eles chamaram na reunião de “duplo subsídio” (que a universidade arque com parte dos custos das refeições do RU e também forneça o vale alimentação). “Honestamente, de minha parte o custo por refeição iria a R$ 8,84 em Curitiba, que é o valor total. Porque nós ainda estamos praticando o subsídio”, disse o pró-reitor de Administração, Edelvino Razzolini Filho.

O Sinditest-PR discorda da argumentação de “duplo subsídio” ou “duplo bônus”, já que o que os servidores recebem é o vale-alimentação (mais amplo, destinado a amparar o trabalhador para as compras de gêneros alimentícios durante todo o mês) e não o vale-refeição (que pretende arcar com as despesas das refeições feitas fora de casa, quando o servidor encontra-se em período de trabalho).

Os representantes do sindicato também cobraram da administração o uso da autonomia universitária, que oferece à UFPR a possibilidade de ir contra as orientações de órgãos reguladores. “Às vezes, a universidade parece seletiva na hora de aplicar essa autonomia”, alfinetou o coordenador-geral do Sinditest-PR, Carlos Pegurski.

“Por sua conta e risco”

Sobre a implantação do ponto eletrônico no próximo dia 1º de março, a reitoria se mostrou inflexível, mesmo diante do argumento de que muitos setores da universidade ainda não regularizaram a jornada flexibilizada. Zaki Akel garantiu que todos os processos serão analisados pela comissão das 30 horas formada na UFPR, mas também afirmou: “Quem faz esse regime informal, está por sua conta e risco.”

Laryssa Born, pró-reitora de Gestão de Pessoas da UFPR, seguiu a mesma linha. De acordo com ela, todos os setores tiveram tempo de regularizar sua situação. “Quem preferiu ficar em uma zona de conforto, vai pagar o preço.” De acordo com a reitoria, os servidores poderão tentar homologar as 30 horas até o dia 31 de março.

Durante a reunião, Edelvino Razzolini também afirmou que representantes da UTFPR o têm procurado a fim de estudar o sistema de ponto eletrônico em vias de implantação na UFPR. “Tenho conversado com o Vilson [Ongaratto] e o Sandroney [Fochesatto] sobre isso.”

A reitoria da UFPR comprometeu-se a responder, na segunda-feira, 15, a todos os pontos discutidos na reunião (leia aqui o documento entregue ao reitor) por meio de ofício.

Sandoval Matheus,
Assessoria de Comunicação do Sinditest-PR.

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