No mês passado, a promulgação da Lei 14.681, que institui a Política de Bem-Estar, Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho e a Valorização dos Profissionais da Educação, reacendeu de forma significativa o diálogo sobre a importância de implementar iniciativas relacionadas a esses assuntos nas universidades.
“Cada instituição tem suas particularidades e demandas específicas, mas a efetivação de uma política pela saúde dos técnicos e técnicas é um assunto comum entre a UTFPR, UNILA e UFPR, incluindo o CHC”, afirmou a coordenadora Márcia Messias.
Na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), são realizados projetos ou intervenções isolados nos campi, bem como a produção de cartilhas de combate ao assédio no ambiente de trabalho. Contudo, não há nenhuma política exclusiva de saúde instituída para os trabalhadores.
Segundo a técnica administrativa em educação Edna Pelosi, os profissionais, geralmente psicólogos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, acompanham o calendário da saúde e promovem ações em campanhas como Setembro Amarelo, Outubro Rosa, e Novembro Azul.
“Há por parte dos servidores uma demanda muito grande em relação a essa questão da saúde, porque não temos de fato um acompanhamento prático da saúde do servidor, não temos exames periódicos, ou qualquer outro tipo de acompanhamento. Nada é sistematizado”, explicou.
Outra iniciativa importante, o programa Comunidade Integrada na Multiplicação de Conhecimentos (CIMCO), responsável por oferecer informação e assistência sobre saúde, prevenção e qualidade de vida, foi descontinuado nos últimos anos.
“Dependendo do campus, por exemplo, se tem médico, se tem psicólogo, pode até haver algum acompanhamento ou algum suporte esporádico, mas não temos uma política”, ressaltou a técnica.
Edna reflete sobre a atual situação da categoria, localizada num contexto de defasagem salarial e de aumento crescente nos planos de saúde. “Temos vivenciado uma debandada de servidores do convênio médico firmado com a instituição. Os colegas estão em busca de planos mais baratos e, infelizmente, com menos cobertura. Então, acredito que essa lei é bastante importante, pois obriga as instituições a agirem nesse sentido. Esperamos que junto com a legislação venham também os recursos”, enfatizou a TAE.