Técnicos da UTFPR Pato Branco em ato de greve.
Um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), aberto pela reitoria da UTFPR sob orientação da Procuradoria da universidade, quer “apurar responsabilidades” sobre a paralisação das atividades na biblioteca do campus Pato Branco. Nesse setor, a greve conseguiu 100% de adesão. “Para além da pauta nacional, o que pesou na decisão do fechamento total foi a defasagem de servidores. O campus Pato Branco tem a pior defasagem de técnicos de todos os campi e a UTFPR detém o pior índice de todas as instituições federais”, explica Weslei Trevizan Amâncio, servidor da UTFPR Londrina e um dos líderes do movimento no interior do estado.
Na última segunda-feira, 05, técnicos administrativos da UTFPR, da UFPR e da Unila aprovaram em assembleia uma moção de repúdio à judicialização da greve.
Inicialmente, o PAD estava individualizado e citava nominalmente os servidores da biblioteca. Nesse caso, as consequências podem ser advertência, destituição do cargo de comissão e até mesmo demissão. Em fins de setembro, no entanto, o comando local de greve conseguiu que os servidores fossem retirados do PAD e substituídos no processo por representantes sindicais.
Na moção de repúdio aprovada na última segunda, os servidores lembram que a greve foi considerada legal pelo Superior Tribunal de Justiça, ainda em junho deste ano. O texto diz ainda que a atitude da Procuradoria e da reitoria da UTFPR está em “flagrante desacordo” com a moção de apoio à paralisação aprovada pelo Conselho Universitário no mês de julho.
“Pelos fatos, consideramos a ação da Procuradoria um ilegítimo e despropositado ataque à luta dos trabalhadores TAE`s, movimento legítimo, assegurado constitucionalmente, que visa à garantia de direitos e de investimentos para a construção de uma universidade pública, gratuita e socialmente referenciada. Por tudo, repudiamos o ato, pois não é possível calar-nos diante da ameaça à liberdade de luta e de organização da classe trabalhadora”, termina o documento.
Por baixo dos panos
A orientação da Procuradoria da UTFPR para abertura de PAD é do dia 02 de setembro. No entanto, o movimento de greve só ficou sabendo do procedimento no dia 18, quando foi informado por um dos servidores citados no processo. Em nenhum momento houve uma comunicação oficial por parte da universidade.
Ainda no dia 02, a Procuradoria solicitou o ajuizamento de ação para obter o reconhecimento da greve como ilegal.
Sandoval Matheus,
Assessoria de Comunicação do Sinditest-PR.