Reunidos em Curitiba nos dias 10 e 11 de agosto, 15 delegados sindicais da UTFPR debateram metodologias para que os campi do interior possam participar mais ativamente do processo decisório durante a reta final da greve de 2015. A UTFPR tem ao todo 13 campi espalhados por diferentes regiões do Estado.
Inicialmente, ficou decidido que os delegados serão responsáveis por, semanalmente, remeter para as bases os debates que acontecem no comando local de greve, que se reúne toda a segunda-feira pela manhã. No mesmo dia, à tarde, os servidores das diferentes unidades devem amadurecer a discussão e reenviar o acúmulo para o representante na capital, que apresentará esse saldo nas assembleias gerais de greve, que acontecem nas manhãs de terça-feira.
Essa nova metodologia faz parte do esforço da atual diretoria do Sinditest-PR para promover a interiorização do sindicato. Mesmo assim, ela ainda não é a ideal, conforme reconhecem os próprios servidores. “Ponto Grossa, por exemplo, é aqui do lado. O litoral também. Mas não podemos exigir que o cara de Foz do Iguaçu [caso dos técnicos administrativos que trabalham na Unila, também representados pelo Sinditest-PR]esteja aqui toda a semana para tomar decisões”, admite Carlos Pegurski, da UTFPR. “O nosso desafio a longo prazo é construir uma metodologia que supere isso.”
Os dois dias de discussões também serviram para que os delegados tivessem alguns pontos da pauta específica da UTFPR esclarecidos. Com 13 campi espalhados pelo Estado, as reivindicações de algumas regiões não estavam suficientemente assimiladas por outras. É o caso, por exemplo, do adicional de fronteira, demanda dos servidores que atuam mais a oeste no Paraná, perto da divisa com outros países. “O adicional de fronteira não faz muito sentido para quem está em Curitiba, mas é importante que todos saibam do que se trata”, defende Pegurski. O benefício é um acréscimo no salário que pretende cobrir o custo de vida mais alto de quem mora em regiões fronteiriças. Por questões de segurança, nesses locais alguns serviços acabam ficando mais caros. Um exemplo é o seguro de veículos.
Pressão
Os delegados também debateram formas de pressionar a reitoria a negociar a pauta específica da UTFPR. Protocoladas há mais de 20 dias, as reivindicações ainda não têm uma resposta ou mesmo uma previsão de quando a mesa de negociação será aberta.
Na greve do ano passado, a pauta foi protocolada nos primeiros dias da paralisação. Ainda assim, os servidores só foram recebidos pelo reitor no terceiro mês. “Não dá pra esperar o que o reitor entende por razoável, porque não é razoável”, afirma Carlos Pegurski.
De acordo com Pegurski, a pauta deste ano é muito semelhante a de 2014. “À época, recebemos ‘não’ pra quase tudo. Ou seja, não é um problema de comunicação. Essa pauta é uma velha conhecida da reitoria. Estão ‘cozinhando’ a gente.”
Sandoval Matheus,
Assessoria de Comunicação do Sinditest-PR.