Trabalhadoras e trabalhadores da saúde de várias regiões do estado participaram ontem (06) de diversas mobilizações em Curitiba contra a política salarial aplicada pelo governador Ratinho Jr. “A data-base que era em maio foi adiada para agosto sem debate prévio. Além disso, o governo propôs um reajuste pífio de 5%. Então é claro que a gente protesta”, afirmou a técnica administrativa em educação Soraia Gilber, que também é servidora estadual de saúde.
A categoria lotou o Plenarinho da Assembleia Legislativa para acompanhar a Audiência Pública sobre o tema. Também foram registrados protestos durante a prestação de contas quadrimestral da Secretaria de Saúde do Estado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), sessão conduzida pelo secretário responsável pela pasta, Beto Preto.
“Sabemos que o Paraná é um estado muito à direita, extremamente conservador. Então é muito difícil para o nosso Sindicato trabalhar dentro deste contexto. Estamos há mais ou menos 9 anos sem reajuste salarial ou com aumentos pífios. Segundo o DIEESE a nossa perda está em torno de 42% de defasagem em relação ao poder de compra. Nós estamos em uma situação de penúria”, ressaltou Soraia.
Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos
Além disso, o anúncio recente de mudanças no Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos trouxe ainda mais insatisfação para os servidores e servidoras do estado. As alterações, embora contemplem vantagens financeiras, não são benéficas para o conjunto dos trabalhadores. “Quando analisamos o projeto, percebemos que ele é muito ruim principalmente nas progressões de carreira para o pessoal de nível elementar. Por isso, pedimos aos deputados de esquerda uma audiência pública para tratarmos sobre essa questão”.
Encaminhamentos
A pressão dos manifestantes na Assembleia fez efeito e resultou em encaminhamentos concretos: hoje (07), às 14h, uma comissão do SindSaúde participará de uma reunião na Secretaria de Administração e Previdência (SEAP) para buscar soluções e defender os direitos da categoria na reestruturação da carreira.
Outro avanço proporcionado pela mobilização das servidoras e dos servidores inclui a abertura de diálogo com o secretário Beto Preto, após inúmeras tentativas do Sindicato. Na próxima semana, uma nova agenda será realizada com o gestor com o objetivo de pautar principalmente a questão do QPSS. “Para nós foi uma vitória. Combinamos que a categoria estará do lado de fora gritando, se manifestando, enquanto cinco membros especializados vão subir para conversar e expor todos os problemas. Também conseguimos a quebra do sigilo do documento, uma outra reivindicação nossa ”, finalizou Soraia.
A luta continua!
