Os servidores técnico-administrativos continuarão registrando as seis horas diárias na folha ponto e não eletronicamente até que ocorra nova reunião do Conselho Universitário no final de março.
Esta decisão, tomada em assembleia na manhã de hoje, 10, não vale para os trabalhadores do Hospital de Clínicas, pois atualmente a única forma de controle naquele setor é o ponto eletrônico.
O conselho avaliará propostas de melhorias à resolução 56/11, que regulamenta as 30 horas na UFPR. Ainda, a pedido da categoria uma comissão permanente eleita em assembleia deverá acompanhar a sessão. “Trabalhadores de diversos locais de trabalho podem participar, é preciso acompanhar de perto cada caso”, defendeu no COUN Carla Cobalchini, da Direção do Sinditest.
Pelas 30 horas, categoria vai parar de novo!
A mobilização pela flexibilização da jornada de 30 horas com turnos contínuos em toda a universidade segue com os técnicos em estado de greve e com o indicativo de nova paralisação 24 horas para o mesmo dia da sessão do COUN.
Os trabalhadores também votaram pela continuidade das reuniões setoriais para discutir a jornada de 30 horas. Nos locais em que o processo ainda está em discussão ou mesmo emperrado pelas chefias os servidores devem se organizar e chamar a direção do sindicato para participar.
Os técnicos reivindicaram a suspensão do ponto eletrônico até que todos os projetos sejam analisados. “Nosso processo foi e voltou quatro vezes e está a um bom tempo rolando. Se não fosse a decisão da assembleia de não batermos o ponto eletrônico hoje estaríamos fazendo 40 horas”, rebateu Michele Souza, servidora da Coordenação de Farmácia, Setor de Saúde.
No entanto, o reitor Zaki Akel, não enviou a proposta de suspensão para apreciação dos conselheiros e acrescentou que os servidores têm somente até final de março para enviarem os processos para a comissão.
COUN: muita discussão e pouca resolução
Além dos representantes dos TAE’s no COUN, uma comissão da base e da diretoria do sindicato acompanhou a sessão de hoje, 10, na sala dos conselhos. Do lado de fora, no ANFI 100, cerca de 300 técnicos acompanharam, indignados, a reunião pelo telão.
Os conselheiros aprovaram a homologação do parecer da Comissão de 30 de horas, que instituiu a flexibilização em apenas algumas unidades, mesmo com diversos questionamentos em relação ao documento e ao próprio andamento dos trabalhos. De 2012 para cá já foram instituídas três comissões, alguns dos processos foram extraviados, outros engavetados ou ainda estão sob entraves delongados das chefias de alguns setores.
Boa parte dos processos que só foram homologados agora, estavam tramitando desde 2012. Ou seja, há pelo menos três anos, os conselheiros não se pronunciam sobre os diversos pedidos de flexibilização de jornada, tão pouco denunciaram as situações em que os técnicos foram impedidos de pleitear a jornada de 30 horas por terrorismo e assédio das chefias.
UFPR Jandaia
Márcia Kikuska, servidora da UFPR em Jandaia do Sul, relatou no Conselho que um memorando emitido pelo pró-reitor de administração está travando o andamento do processo no campus. “Os papéis dizem uma coisa, mas a realidade diz outra”, disse Márcia.
Segundo o documento o horário de expediente é apenas até às 17h30, o que limita regulamentar turnos contínuos de 12 horas. “Docentes que têm a chave ficam até 21 horas ou até mais tarde na universidade. Isso parece um limitante para que não façamos a jornada de 30 horas”.
Dia 22, o Sinditest fará assembleia setorial no Campus Jandaia para debater a implementação das 30 horas naquele setor.
Melhorias nas 30 horas
Nas greves de 2012, 2014 e 2015, os servidores técnico-administrativos aprovaram em sua pauta local a melhoria da resolução 56/11-COUN. Dentre as propostas aprovadas, a reinvindicação é de que a nova jornada possa ser estendida a todos os técnicos administrativos, que o ponto eletrônico seja suprimido, e que os servidores ocupantes de Função Gratificada também possam exercer a jornada de 30 horas.
O Sinditest possui extensa documentação e pareceres protocolados ao longo dos últimos quatro anos, que apresentam a demanda da categoria. Tanto COUN, quanto Reitoria já foram diversas vezes interpelados pelo Sindicato.
Falta de condições de trabalho no HC
A direção do Sinditest solicitou que a falta de condições de trabalho no HC seja contemplada como item de pauta no COUN e lembrou que situação tem afetado tanto os pacientes, quanto os servidores. “Há mais de um mês denunciamos aqui no Conselho e continuam os procedimentos sendo cancelados por falta de material”.
Correção (atualização): Em sua fala no COUN a servdiora Márcia Mikuska se referiu apenas aos docentes, e não aos estudantes.
Assessoria de Comunicação do Sinditest-PR