Em assembleia presencial realizada ontem (23), técnicas e técnicos administrativos em educação da UFPR deliberaram pela realização de ações mais incisivas para pressionar a Reitoria a atender as pautas locais. A negociação das demandas prioritárias elencadas pela base está parada por indisposição política do professor Ricardo Marcelo, Reitor da UFPR, atualmente presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior – Andifes, que pouco se esforça para receber as comissões e viabilizar as reivindicações dos TAEs.
Neste ano foram realizados dois encontros entre o Sindicato, a Comissão eleita em Assembleia e a Reitoria. Em síntese, não houve progresso em todos os pontos considerados cruciais, inclusive nos que foram promessas de campanha.
“A gestão ficou de resolver vários deles, mas o fato é que até essa data as exigências mais importantes permanecem pendentes. Não aguentamos mais tanto descaso. Estamos sendo tratados no “banho maria”. Por isso, o encaminhamento tirado pela assembleia é de subir o tom. Tentamos construir esse processo na base do diálogo, nas mesas de negociação, mas não somos ouvidos”, afirmou o coordenador jurídico Marcello Locatelli.
Campanhas nas redes sociais digitais, panfletagem, escracho, ocupação da Universidade e convocação de audiências públicas foram apenas algumas das estratégias de enfrentamento apontadas pelos técnicos. Alguns, inclusive, sugeriram medidas jurídicas contra a UFPR, que na compreensão dos participantes está infringindo direitos históricos conquistados pela categoria. Eles também relembraram que a atual gestão da instituição se comprometeu publicamente, durante as eleições para a Reitoria, com as bandeiras dos TAEs. No entanto, a conduta do Reitor mostra que as promessas ficaram apenas nos discursos, não saíram do papel, visto que na percepção geral das equipes as condições de trabalho estão se deteriorando dia após dia, sobretudo no contexto do Complexo Hospital de Clínicas.
Entre os colegas lotados no CHC, o clima é de total insatisfação. A situação no hospital é considerada a mais crítica pela direção do Sinditest-PR. A precarização, a falta de servidoras e de servidores e, principalmente, os conflitos gerados pela gestão autoritária da EBSERH são vistos como os principais problemas da instituição – algo inaceitável numa Universidade Pública. Além disso, durante o debate dos pontos, muitos denunciaram situações de assédio moral institucionalizado, de arbitrariedades das chefias em relação às escalas e plantões e de desrespeito aos direitos dos servidores públicos. Segundo as próprias funcionárias, “estamos sofrendo e nada acontece, a Reitoria nos abandonou no CHC”. Ainda de acordo com os TAEs, as instâncias internas responsáveis por acolher as denúncias não tomam providências em relação aos relatos recebidos.
“Os trabalhadores exigem um projeto institucionalizado de combate ao assédio moral e a adoção de uma gestão de pessoas mais digna e humana. Nossos colegas estão pagando com a vida as consequências de um ambiente de trabalho insalubre em todos os sentidos. Para o pessoal do Complexo esta é uma demanda urgente”, destacou o dirigente sindical.
O Sinditest-PR articula agora a implementação das estratégias de luta aprovadas pela base.
“Uma conclusão importante é que essa Reitoria não está disposta a fazer avançar as pautas dos técnicos administrativos em educação. A gente vê a postura de uma Reitoria que sinaliza a intenção de querer resolver alguns dos nossos problemas, mas no processo de negociação, na prática, não avança e não resolve os pontos prometidos em campanha. Hoje nós temos um reitor que é presidente da Andifes, não é? Ele é presidente da Associação Nacional dos Reitores, deveria dar o exemplo. Desta forma, é muito importante que a gente construa um processo de mobilização denunciando que a gestão da UFPR não atende a pauta dos técnicos”, finalizou Locatelli.
Esperamos que a Reitoria mude de postura e resolva, de fato, as demandas da categoria.
Confira abaixo as principais pautas não atendidas:
– Pagamento correto do adicional de insalubridade;
– Humanização da gestão de pessoas no CHC;
– COUN temático para avaliar a gestão EBSERH no CHC;
– Reabertura da Creche Pipa Encantada;
– Celeridade na integração entre SEI EBSERH/CHC e SEI da UFPR, que tem prejudicado entre outras coisas, a progressão na carreira PCCTAE;
– Redução do preço do RU para os servidores;
– Celeridade e prioridade na implantação do Teletrabalho;
– Garantir o direito à Jornada Flexibilizada de 30 horas conforme Resolução da UFPR! Implantação imediata das comissões;
– Abertura imediata da Casa 1 (Antigo ambulatório dos funcionários);
– Combate ao assédio moral;
– Garantia na Orientação de projetos de pesquisa e extensão por TAEs, direito assegurado na lei que institui a carreira PCCTAE;
– Garantia do direito a participação de atividades sindicais;
– Reintegração de coordenadoras e coordenadores sindicais demitidos pela FUNPAR.