UFPR: Aprovado estado de greve e nova paralisação para o dia 1º de março

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Os trabalhadores da UFPR e HC seguem mobilizados pela suspensão do ponto eletrônico e pela implantação das 30 horas com turnos contínuos para todos.

Os TAE’s decidiram por se manter em estado de greve e por nova paralisação no dia 1º março com assembleia, data imposta pela reitoria para o registro, exclusivamente para os técnicos, por meio do ponto eletrônico. “Quando a negociação não avança não temos outra alternativa, por isso a qualquer momento podemos entrar em greve”, declarou Mariane Siqueira, diretora do Sinditest.

A paralisação de hoje, 24, faz parte do Dia Nacional de Paralisação, orientado pela FASUBRA contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Cerca de 40 universidades em todo o país aderiram à proposta. As UTFPRs de Dois Vizinhos, Londrina e Campo Mourão, da base do Sinditest, também paralisaram.

Apoio dos estudantes e docentes

Maria Suely Soares, representante da APUFPR, alerta que a universidade vive um retrocesso democrático e na Autonomia Universitária. “Não tem como implantar o ponto eletrônico para os técnicos sem discussão, não é dessa forma que vamos ter um processo de avanço contínuo na universidade”. O Diretório Central dos Estudantes da UFPR também apoia a paralisação dos servidores técnicos. “Nós não vamos aceitar a precarização do trabalho no serviço público”  registrou a estudante Amanda Coelho.

EBSERH

“A culpa dos problemas que enfrentam os hospitais é do projeto político do governo”, sublinhou Gibran Jordão, coordenador da FASUBRA, que se referiu também à divisão de diferentes categorias de trabalhadores dentro das instituições federais, sobretudo nos hospitais universitários: “O governo dividiu, mas nós trabalhadores vamos unificar”.

Atualmente o HC mantem quatro diferentes vínculos empregatícios – FUNPAR, RJU, EBSERH e terceirizados.

Além da situação de esgotamento do HC da UFPR por conta da falta generalizada de materiais e de medicamentos básicos, o assédio moral contra os trabalhadores tem aumentado. Recentemente após denunciar assédio moral uma trabalhadora da EBSERH foi transferida para a Maternidade Victor Ferreira do Amaral, mas conseguiu na justiça o direito de voltar ao seu primeiro posto. “Essa vitória tem que nos inspirar, não podemos baixar a cabeça”, comentou José Carlos Assis, coordenador-geral do Sinditest.

Privatização

“A EBSERH veio supostamente resolver um problema de recurso e isso não está acontecendo. É uma desresponsabilização do estado do financiamento do serviço público, uma apropriação do serviço público para o privado. Isso está sendo feito pelo menos há duas décadas”, lembrou Flávio Sereno Cardoso, coordenador da FASUBRA.

Ato no COPLAD*

Após assembleia os servidores seguiram para a sessão do Conselho de Planejamento e Administração para entregar a pauta de reivindicações e cobrar uma reunião para tentar nova negociação com a Reitoria, porém nenhuma data foi firmada.

Acesse AQUI a carta entregue às Conselheiras e Conselheiros.

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Presidindo o COPLAD Rogério Mulinari foi evasivo e disse que não está autorizado pelo reitor Zaki Akel a mover a pauta. “Essas manifestações têm sido conduzidas pelo magnífico reitor desta universidade. Eu vou levar, como vice-reitor em exercício, à sua apreciação”, declarou Mulinari. “Há duas semanas o senhor, em exercício, fez uma portaria discriminando docentes e técnicos. A única solicitação que nós estamos fazendo aqui é que o senhor exerça da sua autoridade pra também nos atender e fazer uma reunião” rebateram os servidores.

Os TAE’s cobraram de Rogério Mulinari, o cumprimento do acordo de greve de 2015, que é de suspensão do ponto eletrônico até que seja implantada a jornada flexibilizada de 30 horas em toda UFPR, assim como o cumprimento da resolução 56/11, que regulamenta a implantação.

“Nós achamos a resposta da reitoria até aqui vaga e queremos algo concreto. Viemos aqui hoje mostrar nossa disposição na negociação. Caso não avance vamos para um processo que pode culminar na greve”, enfatizaram os TAE’s no COPLAD.

“Por anos a comissão de homologação das 30 horas não existiu e agora está ocorrendo uma aceleração”, ressaltaram os servidores. “Dia 1º de março vai ser uma guerra. Os trabalhadores que fazem 30 horas vão voltar a fazer 40 e ainda com o ponto eletrônico como uma imposição, sem discussão nenhuma na base porque as reuniões que estão sendo feitas pelas PROGEPE nada mais são do que uma orientação de cabresto onde nem perguntas podem ser feitas pelos técnicos”.

Além disso, os trabalhadores denunciaram a falta de condições de trabalho no HC. “Hoje nosso hospital está em via de falência, estamos com o centro cirúrgico fechado, falta anestésico, falta Dipirona, falta luva, o banco de sangue está fechado, (o Hemepar está prestando serviço pro hospital), fechou a lavandeira e agora ela está terceirizada, isso é o que se criou com a aprovação da EBSERH”.

*Atualização- ERRATA –  O Conselho foi citado anteriormente na matéria como COUN, mas o correto é COPLAD.

Confira as fotos no Facebook da paralisação de hoje.

Adriana Possan
Assessoria de Comunicação do Sinditest-PR

 

 

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