Trabalhadores(as) do noturno denunciam assédio moral e exigem tratamento igual para todos os vínculos

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Proporcionar que os trabalhadores e trabalhadoras do período noturno do Hospital de Clínicas apresentem suas demandas, esclareçam dúvidas, se informem e se aproximem da gestão do sindicato. Esses foram apenas alguns dos objetivos de uma série de assembleias noturnas programadas para esta semana no HC. A primeira delas, realizada ontem, dia 15, na sala 2, reuniu profissionais da Funpar, EBSERH e Reitoria em torno de discussões de interesse da categoria.

À direção do Sinditest, os funcionários e funcionárias relataram insatisfação com o ponto biométrico, com os frequentes casos de assédio moral, com a falta de materiais e de pessoal. Na oportunidade, os trabalhadores(as) também debateram o PDV, os efeitos da PEC do teto dos gastos – que congelou os investimentos em saúde, educação e sociais –  na carreira, a manutenção das 30 horas no Hospital, entre outros assuntos.

A assessoria jurídica do Sindicato também esteve presente na assembleia, dando suporte imediato aos trabalhadores e trabalhadoras com dúvidas, sobretudo aos fundacionais, que questionaram pontos do novo ACT.

“O Sindicato somos todos nós. Precisamos chamar a direção do Hospital para a responsabilidade e convocar os trabalhadores e trabalhadoras para exigirem os seus direitos. Unificando, estando juntos, a gente consegue. Porque o patrão e o governo só querem nos atacar”, afirmou uma das diretoras do Sinditest, Maria Aparecida Oliveira.

Para os(as) trabalhadores(as), o tratamento diferenciado entre os vínculos é outro ponto de conflito. “As regras para todos os vínculos tem que estar coladas nos corredores. O HC não pode usar as chefias como meio oficial de transmissão de informações. As coisas precisam ficar claras”, reclamaram.

Confira abaixo os destaques do primeiro encontro.

Assédio Moral

Chefias que humilham os trabalhadores e trabalhadoras, que distribuem plantões de acordo com as relações de amizade. Problema recorrente em quase todos os setores do HC, o assédio moral foi denunciado também na assembleia noturna. “Está faltando um olhar mais humano, tanto da chefia, quanto dos colegas. Procurem o sindicato, denunciem, só assim conseguiremos resolver”, enfatizou a diretora Valquíria da Silva.

Atento a esta situação, que é crônica no Hospital de Clínicas, o Sinditest contratou recentemente uma psicóloga para orientar casos pontuais derivados de assédio moral. Vale lembrar que o atendimento é para fins de encaminhamento. Não será ofertada terapia.

O Sindicato articula ainda, em parceria com a PROGEPE, uma campanha de conscientização sobre o problema, que já foi levado inúmeras vezes à gestão do hospital.

ACT e 30 Horas

 Um ACT bastante vitorioso, com uma série de conquistas em cláusulas sociais que não se mexiam há muitos anos, além de aumento salarial de 6%. Esta é a avaliação do Sindicato sobre o último Acordo de Trabalho para os trabalhadores e trabalhadoras da Funpar.

Outra grande conquista, na perspectiva da direção, foi a manutenção das 30 horas. “Vimos uma movimentação de eliminação das 30 horas também para os trabalhadores e trabalhadoras do HC por pressão da EBSERH. A nova resolução elimina essa possibilidade. Mesmo nesse período de grandes ataques do governo, a gente teve uma grande conquista com a reformulação da flexibilização da jornada no HC”, afirmou um dos diretores do sindicato, Youssef Ali.

Aumento de Salário RJU

“E o salário?” Esta é a pergunta que não quer calar para os servidores e servidoras RJU.  “Na nossa avaliação se a gente entrar numa greve salarial o governo vai cortar o ponto. Estamos tentando via Fonasefe – Fórum Nacional de Entidades dos Servidores Federais. A intenção é que o conjunto do funcionalismo faça greve. A realidade da mesa de negociação mudou. Infelizmente, na conjuntura atual, não existe previsão de aumento”, esclareceu Youssef.

“O jeito é arranjar três empregos”, ironizou uma trabalhadora.

Ponto Biométrico

“O Hospital inventa regras e não avisa ninguém. Mas quando eles precisam a regra é quebrada. A obrigação de bater no intervalo precisa ser oficializada. O que vale pra um tem que valer pra todos”.

O Ponto Biométrico tem gerado dúvidas entre os(as) trabalhadores(as), que afirmam que o procedimento atual atrapalha os(as) atendimentos, que são interrompidos devido a obrigatoriedade imposta pela gestão. Eles(as) afirmam ainda que o mesmo não vale para os(as) médicos(as) e professores(as).

Preteridos, os técnicos e técnicas exigem respeito e uma alternativa eficaz para a questão: o ponto pré-assinalado, sugestão que será posta para a diretoria do HC em reunião agendada para a próxima segunda-feira (21).

UNILA

Por fim, foi contextualizada a situação da UNILA, que corria o risco de ser extinta devido a um projeto de emenda aditiva à MP 785/2017 de autoria do deputado Sérgio Souza. Em primeira mão, os trabalhadores e trabalhadoras que participavam da assembleia ficaram sabendo do pedido de retirada da emenda, o que soluciona, temporariamente, esta questão.

As assembleias noturnas continuam até o dia 17, sempre às 20 horas, na sala 2. Participe!

Silvia Cunha,
Assessoria de Comunicação e Imprensa Sinditest-PR

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