Trabalhadores FUNPAR/HC sabatinam uma das candidaturas à Reitoria

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A manutenção dos empregos até a aposentadoria de todos é a principal pauta dos trabalhadores FUNPAR/HC, já que até 2019 o acordo assinado pelo Reitor Zaki Akel põe todos os trabalhadores na rua. Esta foi uma das reivindicações feita à candidatura dos professores Ricardo Marcelo e Graciela Muniz, durante realizado ontem, 20, no Hospital de Clínicas. Na sequência, os fundacionais expuseram a realidade dura pela qual passam e entregaram uma carta extensa de reinvindicações aos docentes Ricardo e Graciela, para que eles se posicionem nos próximos dias em torno das demandas apresentadas. Igual procedimento será adotado na próxima segunda-feira, dia 25, com a candidatura dos professores Marcos Sunyê e Andrea Caldas.

Com relação à manutenção dos empregos, Ricardo Marcelo vê como saída a aposta no diálogo jurídico com a justiça do trabalho e o Ministério Público Federal, numa tentativa de fazer com que esses órgãos entendam a essencialidade da FUNPAR/HC para o funcionamento do hospital. “O desafio em 2019 é refazer esse acordo”, defendeu o candidato

Manutenção X PDV

Na sequência, o candidato defendeu a criação de um Plano de Demissão Voluntária (PDV), como uma saída individual para os que queiram largar seu posto de trabalho. Ricardo Marcelo explanou que a proposta de PDV deverá acontecer com a presença da base e do sindicato. “O hospital tem que ter saúde financeira, uma vez tendo feito isso, eu vou colocar a proposta na mesa”, afirmou. “Eu vou brigar até o fim pelo pessoal da FUNPAR/HC querendo ficar, mas se quiserem sair…”.

Muitos trabalhadores discordaram da proposta e preferem uma solução coletiva, enquanto categoria. “Me parece até uma estratégia. A gente tem todos os pagamentos atrasados, o que tem sido desgastante, e num momento de tristeza o trabalhador vem e assina o PDV”, ressaltou Edinéia Pereira. “Num primeiro momento você falou que a FUNPAR/HC é essencial e num segundo momento abre um PDV. Quem vai repor esse pessoal, já que é essencial?”, indagou Eduardo Scott.

Além disso, para Edinéia o Plano é uma forma de enfraquecer politicamente a categoria. “Se nós formos parar pra pensar na possibilidade de PDV sabe o que vai acontecer? Vamos ficar em um número menor e vamos enfraquecer, não queremos isso. Nós companheiros temos compromisso um com o outro”.

Rosana Nunes Silva prosseguiu: “Ninguém aqui entrou pela porta dos fundos, entramos pela porta da frente e vamos sair pela porta da frente. O que nós queremos é a manutenção dos empregos. Se até 2019 contratarem os 1500 da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares onde nós estaremos?”, pontuou. Ricardo Marcelo mencionou que EBSERH tem descumprido suas metas, mas foi evasivo na resposta: “Não acho que esses 1500 vão entrar, mas vamos dizer que isso aconteça, isso não vai retirar o protagonismo e a história de vocês aqui dentro”.

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Desabafos: descaso, humilhação e despeito

Após longos 16 dias de greve neste ano, os trabalhadores podem paralisar as atividades amanhã pelo atraso da primeira parcela do 13º salário e do reajuste salarial retroativo que ainda não foi efetuado. “Todas as situações que vem ocorrendo pra gente são muito desgastantes, é pelo mínimo, pelo nosso salário, que a gente já trabalhou e não consegue nem receber. Por isso, o próximo Reitor que assumir, vai ter que nos assumir”, sinalizou Edinéia.

Nesta esteira, submergiram às percepções dos candidatos fortes desabafos – de uma vida inteira dedicada à instituição – e o sentimento profundo de descaso e falta de respeito da administração. “Nós estamos dentro da universidade e não tivemos a chance de fazer um curso universitário! Não investiram em nós, não nos deram oportunidade! Nós temos salário de fome, eu não consigo sustentar minha família com 1500 reais, é uma tristeza”, revelou em prantos uma trabalhadora e prosseguiu: “Nós estamos sendo humilhados, quem está entrando, entra com salário maior, depois de tantos anos aqui dentro, isso é humilhação, estamos sendo oprimidos! Estou decepcionada, eu fui fazer a conta da minha aposentadoria, eu vou ganhar mil reais! Isso é revoltante, dá vontade de gritar!”.

Os candidatos afirmaram que o foco principal que a universidade deve ter é o olhar para as pessoas, conforme propôs Graciela: “O que está faltando é qualidade de vida, com olhar humano e positivo”. Ricardo Marcelo sublinhou que “o foco de qualquer Reitor, seja em época de crise ou não, é olhar pra as pessoas” e que “é inadmissível que numa gestão universitária a gente atrase pagamentos”, e repetiu: “Nós vamos lutar pela FUNPAR até o fim”.

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Assédio Moral

Essencialmente nos últimos dois anos com a entrada da Empresa, a escalada de assédio moral das chefias sobre os trabalhadores fundacionais tem tomado proporções avassaladoras, a ponto de gerar diversos afastamentos por doenças mentais e psíquicas. Os trabalhadores FUNPAR/HC cobraram dos candidatos, caso vençam a consulta, que coloquem no cargo de chefia pessoas com aptidão e que as decisões não se deem através de ‘acordões’ políticos.

“Nesta gestão o respeito pelas pessoas não aconteceu. Quem entrar tem que ter competência, conhecimento de causa, porque quem sofre somos nós aqui e os pacientes”, frisou Rosana. Sobre isso o candidato contrapôs: “Não vai ter conchavo, repito: não vai ter conchavo”. Ainda, segundo ele a EBSERH é uma “estrutura estranha” ao funcionamento do HC e que é preciso humanizar o olhar, mudar o jeito de administrar o hospital. “É uma mera empresa pública que funciona como uma empresa privada”.

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