Os fundacionais debateram e aprovaram hoje, 21, em assembleia, a proposta de reajuste escalonado apresentado ontem pelo reitor Zaki Akel. Para os salários de até R$2.500,00 o reajuste será de 9,83%; acima desta faixa salarial o índice ficará em 6%. O vale alimentação, independente da faixa salarial vai acompanhar os 9,83%. Com isso, as atividades voltam ao normal amanhã, a partir das 7 horas.
Aproximadamente 75% dos trabalhadores serão contemplados com o índice inflacionário, os demais, não receberão o INPC neste ACT (Acordo Coletivo de Trabalho). Entretanto, a categoria avaliou que mesmo dessa forma, graças à união de todos, o acordo superou os 0% e os 5,2% inicialmente trazidos pela patronal. “Eu sou um dos prejudicados, mas eu lutei pelo coletivo e a grande maioria está sendo contemplada”, apontou Luiz Carlos, da Comissão Obreira.
Foram 16 dias de paralisação, com inúmeros atos, passeatas e manifestações para que conseguissem ser atendidos pelo reitor. “Acabamos com o mito dos 5,5%. O patrão utiliza a mídia para jogar trabalhador contra trabalhador, mas temos a consciência de que lutamos pela melhoria dos nossos salários”, apontou Carmen Luiza Moreira, da coordenação do Sinditest.
A luta continua
A categoria deixou nítido que está disposta a lutar pela manutenção dos empregos, que podem se dissolver no máximo até o ano de 2019, segundo o acordo assinado pelo reitor. José Carlos de Assis, coordenador geral do Sindicato, lembrou que a categoria deve permanecer atenta pois o governo federal quer mudar as regras de aposentadoria. “O ganho da greve foi o aumento de consciência e aqui nós temos um sindicato que mobiliza e uma categoria de luta que até agora conseguiu impedir as demissões”.
Para Rosana, a confiança adquirida nesta greve é determinante para as próximas lutas. “2019 está aí, estamos todos na mesma corda, se alguém acha que vai ficar, não vai ficar não. Se a gente quiser alguma mudança ela vai ter que ser nossa”, alertou.
Representação
Nas primeiras reuniões de negociação do ACT 2016/2017 a patronal tentou se livrar do Sinditest, negando sua representatividade perante os trabalhadores. Com o encerramento da greve os trabalhadores fizeram questão de reconhecer a luta do sindicato junto à categoria FUNPAR/HC. “Agradecemos a vocês da direção do sindicato, que é séria, que não faz acordo escondido com o patrão”, declarou Olivardo Acarine.
Para o trabalhador Carlos Monteiro da Silva a organização da greve foi um elemento imprescindível e decisivo. “Nunca vi uma organização tão límpida, tão transparente como esta. Estava perfeito. Vou citar essa greve nas minhas aulas de logística”, compartilhou. “É o melhor sindicato que tivemos em todos os tempos, nós somos o foco deles sempre, sempre nos sentimos amparados”, sustentou a trabalhadora Valdiva Rodrigues Nicoloski.