Os trabalhadores e trabalhadoras da base do Sinditest aprovaram nova paralisação para o dia 16 de agosto, próxima terça-feira, em assembleia realizada nesta quinta-feira, 11, no Anfiteatro 100 da UFPR. A reunião marcou o Dia Nacional de Luta em Defesa da Educação Pública, realizado na mesma data em que se comemora o Dia do Estudante. Participaram da assembleia o professor Mauro Puerro, da CSP Conlutas, e a militante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e estudante de Ciências Sociais da UFPR, Lara Senger.
A nova mobilização, marcada para o dia 16, tem o objetivo de organizar uma greve geral dos serviços público e privado, além de outras ações de combate aos retrocessos que estão tramitando no Congresso Nacional. São propostas que atacam não só os direitos trabalhistas, mas as áreas da saúde e da educação e a liberdade de expressão.
O professor Mauro fez uma detalhada explanação sobre os diversos projetos que ameaçam o povo brasileiro. Os principais ataques são as reformas trabalhista e previdenciária, os projetos de terceirização e privatização, o projeto Escola Sem Partido (Lei da Mordaça) e o pacotão de arrocho fiscal composto pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 e pelo Projeto de Lei (PL) 257/2016.
Iniciados no governo Dilma e fortalecidos do governo ilegítimo de Michel Temer, esses projetos retiram direitos da população e beneficiam os bancos e as multinacionais. Ou seja, favorecem o sistema financeiro às custas do povo trabalhador, que leva o país nas costas.
Em sua fala, a estudante Lara explicou como a Lei da Mordaça impõe censura aos professores. Tocado pelo setor mais conservador e reacionário da política, o projeto Escola Sem Partido pretende impedir discussões importantes na sociedade, como os direitos das mulheres e das populações LGBT, indígena e negra.
PL 257
A delegação do Sinditest que foi a Brasília na última terça-feira (9) para tentar barrar a votação do PL 257 aproveitou a assembleia para informar a base sobre as artimanhas nefastas utilizadas pelos deputados federais para aprovar o texto, e sobre os encaminhamentos do Fórum das Entidades dos Servidores Públicos, realizado na capital federal.
“No Congresso está escrito que ali é a casa do povo, mas impedem o povo de entrar por não estar de gravata. Depois de ficarmos mais de duas horas esperando no sol para entrar no Salão Verde, eles nos impediram porque estávamos sem gravata. E ainda fomos chamados de vagabundos”, relatou o coordenador de Assuntos Jurídicos e Relações de Trabalho, Luiz Fernando Mendes.
Ele fez questão de lembrar como a maioria dos parlamentares é suja: Eduardo Cunha (PMDB) controla mais de 250 deputados federais, que estão postergando a votação de sua cassação, e há 30 senadores na lista de corrupção da construtora Odebrecht.
O coordenador de Combate às Opressões Anderson Spier Gomes, que também esteve em Brasília, contou que os deputados atrasaram a votação do PL 257 de propósito. “Eles votaram o PL na madrugada para fugir da pressão dos sindicatos e dos movimentos sociais, só esperaram um piscar de olhos dos manifestantes para aprová-lo. Precisamos estar em constante alerta”, ressaltou Anderson, que lembrou da importância de trabalhadores e trabalhadoras do setor público e da iniciativa privada se unirem para lutar contra os retrocessos.
O PL 257 foi aprovado na última terça (9), porém, as emendas ao texto ainda serão votadas na semana que vem. Por isso, é importante que a mobilização contra a proposta continue firme.
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UFPR
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UTFPR Apucarana
Luisa Nucada
Assessoria de Comunicação e Imprensa do Sinditest-PR.