Muito trabalho e pouco funcionário. É crítica a situação dos trabalhadores e trabalhadoras do Hospital de Clínicas lotados na UPME – Unidade de Processamento de Materiais Esterilizados. Eles(as) estão cansados(as) e sobrecarregados(as), no limite. Para os trabalhadores e trabalhadoras da noite, não há área de descanso. Para completar, faltam EPIs. Desmotivados(as), ainda são, muitas vezes, assediados(as) pela chefia.
Para a equipe do setor, que articula a redação de uma carta para a gestão, é urgente um posicionamento oficial da direção do hospital. A situação está insustentável. Entenda o tamanho do problema.
Escala de Trabalho
Folgas no meio da semana, quando o fluxo de trabalho é muito maior. A nova dinâmica das escalas tem contribuído ainda mais para a piora da situação dos trabalhadores e trabalhadoras da UPME.
Eles explicam: “anteriormente seguíamos a escala de segunda a sexta-feira, conforme o funcionamento de alguns setores como centro cirúrgico (nosso maior cliente), ambulatórios, centro cirúrgico obstétrico e, atualmente todo anexo D. Os setores têm seu expediente com cirurgias e consultas eletivas efetuadas durante a semana, e aos sábados e domingos trabalham sob regime de plantão, atendendo apenas emergências”.
Com a mudança nas escalas, o trabalho, que já era muito, aumentou. “É óbvio que nosso maior volume de trabalho ocorre de segunda a sexta-feira. Porém, há alguns meses nossa escala mudou e estamos recebendo nossas folgas no meio da semana, o que reduz ainda mais o número de funcionários, que já é deficiente em nosso setor, sobrecarregando os que estão escalados no dia, enquanto que nos finais de semana quando o movimento é muito menor, há muitas pessoas trabalhando”.
Sobrecarga
Problemas de logística, acréscimo de setores, poucos funcionários. Tudo isso tem levado as equipes da UPME a trabalharem no limite. “Nosso setor vem sofrendo com excesso trabalho, sobrecarregando as equipes, pois não temos recursos humanos o suficiente para exercer com qualidade o trabalho a que nos cabe realizar. É notável tal afirmação devido a quantidade de notificações e eventos adversos que nossa unidade tem respondido. A sobrecarga de trabalho tem refletido em todas as equipes, que tem trabalhado sob pressão, estresse, desânimo e até mesmo gerando conflitos entre equipe e chefia”, lamentam os funcionários e funcionárias.
Falta de EPIs
Outro problema grave é a falta de EPIs – Equipamentos de Proteção Individual. Faltam insumos básicos para a realização da limpeza dos materiais, como aventais impermeáveis e luvas com tamanhos diversos para cada servidor(a). Além disso, faltam produtos importantes para esterilização, como o bowie dick, utilizado na avaliação das autoclaves. É a segurança dos(as) trabalhadores(as) e dos(as) pacientes que está ameaçada pela crise de recursos.
Falta de pessoal
Os funcionários reclamam também da falta de recursos humanos. O volume de trabalho aumenta dia a dia e a equipe permanece estagnada. Todos estão sobrecarregados, o que tem refletido na produtividade. “Necessitamos com urgência de mão de obra qualificada e educação continuada”.
Providências
Além dos problemas citados, há ainda uma série de outras questões que afligem os profissionais da UPME. Organizados, os trabalhadores exigem uma reunião com a gestão. O encontro está previsto para a próxima segunda-feira, dia 07.
Silvia Cunha,
Assessoria de Comunicação e Imprensa Sinditest-PR