Terceirização se alastra pela UTFPR (isso é bom ou ruim?)

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Antes restrita a serviços como limpeza e segurança, a terceirização vem se alastrando pela UTFPR, chegando a setores administrativos. O crescimento galopante desse tipo de contrato representa uma série de perigos para os trabalhadores e para a instituição.

A precarização das condições de trabalho e a retirada de direitos são as consequências mais evidentes da terceirização.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese), os terceirizados recebem salários 24% menores e ficam expostos a uma rotatividade duas vezes maior que a identificada em contratações diretas.

Com a terceirização, a fragmentação dos funcionários da UTFPR também se torna uma realidade. Sujeitos a diversos tipos de vínculos empregatícios, os trabalhadores não conseguem encontrar uma coesão na luta por seus direitos.

Nesse emaranhado, os terceirizados geralmente são os que ficam mais isolados e fragilizados perante as empresas contratantes. Não por acaso, há uma forte correlação entre a terceirização e a prática do assédio moral.

Juntamente com a precarização das condições de trabalho vem a queda na qualidade do serviço prestados pelos servidores.

Nas universidades federais, os vínculos estatutários, que garantem uma série de direitos e condições de trabalho minimamente dignas, contribuem diretamente para que elas sejam internacionalmente reconhecidas como centros de excelência.

Com a terceirização, todos perdem: os trabalhadores sofrem com a desvalorização e a UTFPR é penalizada com a queda na qualidade do serviço prestado.

Desequilíbrio no orçamento

O aumento da terceirização nas na UTFPR também afeta o orçamento da instituição, que acaba repassando a verba de custeio para o pagamento de funcionários das empresas terceirizadas. Em outras palavras, o dinheiro que deveria ir para a manutenção da estrutura da universidade é direcionado para o custeio de pessoal.

Na prática, esse desvio fragiliza ainda mais a situação financeira da UTFPR, que já vem sofrendo com sucessivos cortes orçamentários impostos pelo governo Bolsonaro.

Para a diretora do Sinditest-PR Rosemeire Souza, o aumento significativo da terceirização na UTFPR é uma prévia do que será a realidade da instituição caso o Future-se seja aprovado.

“Estamos vivenciando um desmonte deliberado das universidades federais, e a multiplicação de vínculos precários é um ponto-chave desse processo. Resistir à precarização é lutar pela dignidade dos trabalhadores e pela manutenção da excelência da nossa instituição”, defende.

Fonte: Sinditest-PR

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