O fim da greve dos servidores técnicos administrativos da UNILA, UTFPR e UFPR foi aprovado por unanimidade na manhã de hoje, 09. Porém, não sem antes demarcar sérias críticas à política de ajuste fiscal do governo Dilma e ao trabalhado contratário à greve feito pelas correntes governistas, que abarcam hoje cerca de 50% da direção da FASUBRA. A volta aos postos de trabalho está programada para terça-feira, 13.
A greve de 2015 já é a mais longa da história, foram mais de quatro meses destinados a um processo de negociação nitidamente boicotado pelo governo Dilma do PT/PMDB, que não por acaso até agora só atendeu em seu mandato os setores da burguesia. “Fizemos tudo o que estava dentro da nossa possibilidade enquanto trabalhadores, fizemos caravanas, atos, paralisações, campanhas, ocupações para lutar contra os ataques do Governo Dilma e das reitorias”, observou José Carlos de Assis, da direção do Sinditest e da direção da FASUBRA, representante do bloco de oposição ao governo.
“Quando vem algum dinheiro por causa da nossa luta, como aconteceu em 2012, a nossa greve é legal, quando não vem a culpa é da greve. Então esse é um discurso pernicioso e nós temos que estar preparados pra enfrenta-lo porque ele vai ser muito explorado nos próximos meses, principalmente pelo pessoal que é fiel a reitoria da universidade e ao governo federal. Vamos voltar ao trabalho de cabeça erguida no dia 13”, garantiu Márcio Palmares, diretor sindical.
Márcio condenou ainda a postura das correntes governistas no Comando Nacional de Greve. “Trabalharam sistematicamente para derrotar o Fórum dos Servidores Públicos Federais, para derrotar a unificação das greves e lamentavelmente conseguiram. Se nós não conseguimos mais é por culpa desse governo sem vergonha e corrupto. Agora, a culpa é também dos movimentos governistas”.
Para Carla Cobalchini a greve conseguiu ganhos políticos importantes, pois teve mais envolvimento da base, em que um maior número de servidores (as) se dedicou para construir de fato a greve. Em nome do sindicato e do Comando Local de Greve ela agradeceu o esforço e dedicação de todos (as) neste período de intensas batalhas. No horizonte está a construção de uma forte greve que poderá se desenhar em 2017 e também a luta cotidiana pelas pautas locais da UNILA, da UTFPR e da UFPR, sobretudo com questões mais imprescindíveis como a luta pelas 30 horas e pela paridade. “A greve acabou, mas a nossa luta não”, apontou Carla.
Reposição de trabalho
Maurício de Souza, técnico na UFPR Litoral e membro da direção do Sinditest, orientou os colegas que aderiram à greve a procurarem o sindicato ao menor sinal de assédio moral ou represália por conta do movimento paredista. Os TAEs têm garantido no Acordo de Greve assinado entre a FASUBRA e o governo que haverá “reposição do trabalho referente aos dias não trabalhados”. “É reposição do trabalho e não dos dias ou horas paralisados”, sublinhou o diretor.
Acesse AQUI o Termo de Reposição do Trabalho 2015
Mercadante, o ministro do “Mais com Menos”
A diretora Rufina Rodrigues repudiou as declarações do novo Ministro da Educação Aloísio Mercadante durante sua posse nesta semana. Mercadante não mencionou corte de R$9,4 bilhões na pasta e ousou dizer que é preciso fazer mais com menos recursos. “Ou seja, nós vamos trabalhar muito mais, com muito menos colegas de trabalho e vamos receber menos”. Carlos Pergurski prosseguiu: “Da onde veio o Mercadante? Do ANDES gente! Do sindicato dos docentes. A liderança do sindicato dos docentes veio pra dentro do governo pra nos dizer que nós vamos ter que fazer “mais com menos”! Se ele soubesse que a gente já faz isso, essa realidade já está dada”.
Reajuste
Através do esforço o movimento grevista a partir de 2016 todos os TAEs irão ter acesso a algumas conquistas. A partir do mês de janeiro de 2016 serão reajustados o auxílio saúde em 22,8% (correspondendo a faixa de salário e idade do servidor), o auxílio pré-escolar (passará para R$321) e o auxílio alimentação passa a ser de R$458. O reajuste salarial de 5,5% será sentido em agosto de 2016. Em janeiro de 2017 o aumento será de 5%, seguido do aumento de 0,1% de reajuste no Step (diferença entre níveis na tabela salarial).
Acesse AQUI o Termo de Acordo 2015
TAEs da UFPR elegem Comissão das 30 horas
Os trabalhadores elegeram uma Comissão que irá representá-los na luta pelas 30 horas na UFPR. Na próxima semana os trabalhadores deverão se reunir para debater as ações que deverão ser encaminhadas.
Adriana Possan
Assessoria de COmunicação do Sinditest