TAEs da UTFPR se posicionam contra o Future-se e construirão a mobilização do dia 13

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O Governo Federal lançou o programa Future-se em 17 de julho e as comunidades das universidades federais rapidamente começaram a dar resposta.

Desta vez foi a vez dos servidores técnico-administrativos da UTFPR se manifestarem em assembleia contra esse projeto que acaba com o caráter social e democrático das instituições federais de ensino superior.

“O embate está apenas começando, mas os TAEs já estão se mobilizando. Daqui para frente, nossa categoria precisará construir mais ações para esclarecer o prejuízo que o Future-se causará ao país, inclusive para colegas servidoras e servidores”, afirmou a coordenadora-geral do Sinditest-PR Claudia Nardin.

Mobilização no dia 13 em defesa da Educação

Os participantes também debateram as atividades que farão parte da Greve Geral da Educação, na próxima terça-feira (13).

Serão realizadas ações nas universidades durante o dia, e no final da tarde será realizado um grande ato na praça Santos Andrade, com diversos outros setores.

A agenda de atividades está sendo organizada em conjunto com outras entidades da educação e será divulgada nos meios de comunicação do Sinditest-PR (site, Facebook, Instagram, WhatsApp e e-mail).

Modernidade ou destruição?

O governo fala em modernidade e empreendedorismo, mas a intenção é apenas abrir as possibilidades de entrega da gestão às organizações sociais (OS). Essas entidades de caráter privado poderão interferir na gestão financeira, didática e, principalmente, nas pesquisas desenvolvidas nas universidades federais.

Ao incentivar (ou forçar) a captação de recursos da iniciativa privada, as instituições ficarão reféns de interesses privados, como naquele ditado que diz “quem paga a banda escolhe a música”.

Atividades e pesquisa serão voltadas para o mercado. Grandes empresas utilizarão toda a estrutura e a mão de obra extremamente qualificada para desenvolver pesquisas com o objetivo de lucro.

Projetos de interesse da sociedade, mas que não geram perspectiva de lucro, não receberão a mesma atenção (ou investimentos).

Ameaças aos TAEs

Os técnicos poderão ser cedidos para as OS. Esse é um dos pontos mais críticos, porque ao mesmo tempo caminha a passos largos no Senado um projeto que pretende acabar com a estabilidade dos servidores públicos.

A categoria vai ficar profundamente fragilizada.

E com o tempo, o Future-se vai acabar com os concursos públicos. As contratações passariam a ser feitas somente pelas OS, sem a necessidade de concursos públicos. Dessa forma, os servidores técnico-administrativos entrariam em extinção.

Mudanças profundas

Com o Future-se, a autonomia universitária praticamente deixaria de existir. Haveria interferência tanto na gestão administrativa como financeira das instituições.

O programa exclui a extensão. O projeto de lei nem sequer chega a citar a extensão porque o governo deixa claro que o objetivo é que as universidades federais deixem de buscar soluções para os problemas reais da população.

Outro grande perigo será a mudança da lei da Ebserh, que permitirá a entrada dos planos de saúde nos Hospitais Universitários. Isso vai causar profundos impactos sobre os trabalhadores e, principalmente, para a população, que hoje tem acesso gratuito a procedimentos de ponta.

Financiamento?

O governo não deixa claro como serão financiadas as universidades que não aderirem ao programa. É importante lembrar que os primeiros cortes anunciados pelo MEC neste ano foram direcionados a três universidades federais, e por motivos políticos e ideológicos.

E em diversas pautas, o governo já deixou claro sua inclinação ao autoritarismo e sua repulsa aos processos democráticos.

Os cortes de 30% permanecem. Muitas universidades federais correm o risco real de não conseguir pagar contas de serviços básicos, como limpeza e segurança, que são necessários para a manutenção das instituições.

Além do claro prejuízo social que isso causará, o governo utiliza o estrangulamento do orçamento como forma de chantagem, para forçar as instituições a aderir ao Future-se e passar a buscar recursos com a iniciativa privada.

Próximos passos

O Future-se implementará as maiores mudanças nas universidades desde o fim da ditadura. O projeto em si é obscuro e muito vago, mas já dá indícios que o estrago será sentido não só pelos membros das comunidades internas, mas por toda a sociedade.

Os TAEs precisarão se engajar nessa luta.

Será importante que técnicos e técnicas conversem com os colegas, participem das atividades e ajudem a construir um grande movimento de resistência. Só a luta do presente poderá garantir o futuro das universidades federais.

Fonte: Sinditest-PR

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