TAEs da UTFPR elegem comissões para discutir retorno ao trabalho presencial e terceirização

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TAEs da UTFPR participaram ontem, 25 de agosto, de uma assembleia local virtual convocada pelo Sinditest. A reunião, que contou com a participação de técnicas e técnicos de diversos campi da instituição, discutiu três pautas de interesse da categoria: a Reforma Administrativa, o retorno ao trabalho presencial e as terceirizações. Confira abaixo os encaminhamentos:

Retorno ao trabalho presencial

Para subsidiar o debate sobre o retorno ao trabalho presencial, membros da direção sindical trouxeram relatos da situação na UFPR e na UNILA. As técnicas e técnicos também participaram, compartilhando como está a perspectiva de retorno ao trabalho presencial em seus campi.

Segundo a coordenadora Flávia Cordeiro, várias técnicas e técnicos da UTFPR, principalmente os que atuam nos laboratórios, já estão fazendo algum tipo de trabalho presencial, no entanto esses casos são exceção. De acordo com a Instrução Normativa 27, vigente até o dia 10 de setembro, na instituição a regra é o trabalho remoto.

“Sabemos que existe um movimento para que isso mude. A Reitoria solicitou uma reunião com a gente antes dessa última IN que manteve o trabalho remoto apresentando alguns pontos para o retorno e a gente tem o compromisso de manter o debate para alguns pontos que precisam de consenso”, explicou.

Uma comissão foi eleita pelos(as) participantes para a discussão do assunto junto à Reitoria. O grupo se reunirá hoje, 26 de agosto, com o sindicato dos docentes e com o DCE para a formulação de uma proposta conjunta entre as três entidades representativas da comunidade acadêmica.

“A Reitoria está alegando pressão dos órgãos de controle para o retorno. Tem a questão da autorização do retorno de algumas disciplinas de forma híbrida marcada para o dia 23 de setembro, além disso o Reitor já fez uma fala no COUNI dando a entender que antes disso os servidores e as servidoras já estariam de volta. São pontos delicados que precisamos abrir o debate”, ressaltou a coordenadora.

Participam da Comissão de Retorno ao Trabalho Presencial a técnica Fernanda Mascarin, da UTFPR Guarapuava, o diretor do Sinditest Guilherme Ruthes e a diretora Flávia Cordeiro.

Terceirização

Durante a assembleia, técnicas e técnicos denunciaram a existência de um processo licitatório para a contratação de técnicos(as) administrativos(as) terceirizados(as). Segundo os TAEs, as direções de campus já foram consultadas sobre a adesão, que terá um custo administrativo médio de mais de 6 mil reais por cargo.  Diante desta nova informação, a categoria deliberou pela constituição de uma outra Comissão, formada pelos TAEs  Cláudia Nardin, de Dois Vizinhos e Valéria Monteiro, de Guarapuava, para discutir o assunto e coletar informações sobre o andamento da proposta nos campi. A coordenadora do Sinditest Flávia Cordeiro também integra o grupo.

“Vamos levar esta pauta para a reunião de direção e junto com a Comissão discutiremos novos encaminhamentos”, afirmou Flávia.

Reforma Administrativa

Primeiro ponto debatido, a PEC 32, mais conhecida como Reforma Administrativa, representa um ataque sistemático do governo federal ao funcionalismo e aos serviços públicos. Para Warner Lucas, coordenador da entidade responsável pela apresentação do tema, a medida tem por objetivo transferir para a iniciativa privada as responsabilidades do estado, que passa a ser apenas um subsidiário.

“A Reforma Administrativa traz uma fraqueza muito grande não só para nós servidores e servidoras, que somos os grandes afetados, mas para a própria segurança do aparelho do estado ao acabar com a estabilidade, que tem uma função muito grande no equilíbrio das finanças, no princípio da legalidade. Corremos risco de voltarmos ao período em que o Brasil tinha como essência o patrimonialismo, que é o modelo de gestão que dá poderes plenos aos gestores, que confunde o que é público e o que é privado. Na essência, estamos regredindo no tempo em relação ao modelo de gestão com essa ameaça da Reforma Administrativa, que não é boa para ninguém”, destacou.

Na perspectiva do técnico administrativo Carlos Pegurski, lotado na UTFPR Curitiba, a PEC 32 não representa avanços, visto que a proposta de emenda à constituição não prevê instrumentos para o aperfeiçoamento nem dos servidores e servidoras e, muitos menos, dos serviços públicos oferecidos à população.

“A questão é: essa Reforma vem para atender e melhorar os pontos que apresentam alguma fragilidade ou possibilidade de melhoria? Nós acreditamos que não, por várias razões. A gente vive um período em que o serviço público foi colocado como a bola da vez em relação à corrupção, o que nós sabemos que é incorreto. Esse tipo de mudança que viria com a PEC fragiliza ainda mais os servidores para atenderem os mandos e desmandos dos gestores e pior, não afeta quem nós poderíamos dizer que são os privilegiados. Ela exclui magistrados, militares e membros do Ministério público em diversos aspectos”, enfatizou Carlos.

O Sinditest orienta a categoria a participar dos atos e protestos que estão sendo organizados em todo o país contra a Reforma Administrativa. O próximo está marcado para o dia 7 de setembro. Mais informações sobre os horários e os locais aos quais acontecerão as manifestações serão divulgadas em breve.

“Na nossa avaliação a assembleia foi muito boa. Conseguimos avançar em dois assuntos que estavam preocupando a categoria, que era o retorno ao trabalho e essa bomba que acabamos de receber, que é possibilidade de terceirização. Estamos organizados e pronto para o enfrentamento aos ataques”, finalizou Flavia.

 

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