TAEs da UTFPR dizem não à proposta de terceirização do cargo de secretária técnica

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Em assembleia realizada na última terça-feira (21), técnicas e técnicos da UTFPR debateram assuntos urgentes à categoria, como o processo de terceirização em curso na universidade, o retorno ao trabalho presencial, além de informes sobre a conjuntura política. Na avaliação da diretoria do Sindicato, esta foi uma das melhores assembleias, visto o envolvimento expressivo dos presentes no encontro.

“Foi uma assembleia que vai entrar para a história. Ficou evidente que as trabalhadoras e trabalhadores da instituição estão mobilizados e interessados em participar efetivamente das decisões que têm impacto em suas vidas e na carreira”, afirmou Marcello Locatelli, coordenador do Sinditest.

Confira abaixo o encaminhamento das discussões:

Terceirização

Principal ponto de pauta, a proposta de terceirização para o cargo de secretária técnica foi rejeitada por 96% dos votos da assembleia, com apenas 4% de abstenção. O resultado vai ao encontro da consulta anterior realizada nos campi, onde mais de 85,6% dos votantes disseram não.

“A assembleia referendou o posicionamento dos técnicos e técnicas nas reuniões dos campi. Agora pretendemos retomar a reunião com a Reitoria, conforme combinado no dia 08 de setembro, para apresentar o resultado de ambas as consultas. O Sindicato se colocará à disposição para construção de uma luta política para exigir do governo federal a realização de concurso público. Uma audiência pública com políticos do estado, para apresentar nossas demandas pode ser uma saída, que iremos apresentar à reitoria”, explicou Flávia Cordeiro, coordenadora do Sinditest.

“Sabemos de todas as dificuldades, dos ataques à educação e às universidades públicas, aos servidores, e esse é o caráter desse governo. Sabemos da dificuldade de gestão que as maiorias das universidades estão atravessando, mas o problema é que a saída não pode ser essa, terceirizar um setor que atinge diretamente a carreira dos técnicos, uma atividade fim. Nosso plano de carreira já é ruim se formos comparar com as outras carreiras do executivo, é o que nós temos e o que defenderemos com unhas e dentes cada vez que a surgirem novas ameaças. O cargo que eles têm chamado de “secretária técnica”, na verdade corresponde à função de Assistente em Administração, conforme a lei do PCCTAE”, afirmou Mariane Siqueira, coordenadora geral do Sindicato.

Retorno ao trabalho presencial

Motivo de insatisfação, o retorno ao trabalho presencial vem sendo debatido por uma Comissão, constituída na última assembleia da categoria. “No início de agosto fomos chamados pelo vice-reitor para uma reunião sobre a IN que venceria naquele mês. Fizemos vários apontamos sobre itens da minuta que já nos preocupavam bastante, como a falta da garantia de álcool gel, a falta da menção dos grupos prioritários na volta presencial, entre outros pontos. Com isso foi prorrogado o trabalho remoto com o compromisso de ampliarmos o debate até o vencimento da IN”, pontuou Flávia.

Segundo a coordenadora, em reunião posterior ficou definido que um dos encaminhamentos seria que a Comissão do Sindicato faria um ofício para solicitar o que considerava importante alterar antes da publicação da nova IN. No entanto, o documento publicado após o encontro não acatou nenhuma das observações.

“Vamos trabalhar para garantir na IN todos os pontos que garantam mais igualdade entre os servidores e servidoras, respeitando escalonamento, etapas e tudo aquilo. Partimos agora para uma tentativa de retorno da negociação. Esperamos que as reuniões de negociação sejam respeitadas, pois a disposição de diálogo e abertura democrática precisam ser vistas na aplicação prática”, explicou o coordenador Marcello.

Conjuntura

Primeiro ponto de discussão, a análise de conjuntura foi apresentada por Vânia Gonçalves, coordenadora nacional da Fasubra, que participou da assembleia direto da Mobilização Nacional do Serviço Público contra a Reforma Administrativa, em Brasília. O debate teve como centro a luta contra a Reforma Administrativa (PEC 32) em Brasília, que será combinada com a construção do dia 02 de outubro como um Dia Nacional de Luta pelo Impeachment de Bolsonaro.

“Não podemos esquecer que o governo tem um orçamento paralelo e está colocando muito dinheiro para comprar os votos das reformas que ele quer passar. A conjuntura é de desgaste do governo Bolsonaro, que está desidratando, com índices negativos de rejeição e de popularidade, ameaçando a democracia com um golpe, pois está com medo de ser preso. Se depender do “centrão”, comprado a peso de ouro, não teremos impeachment, mesmo com a população insatisfeita e pedindo a saída dele. Nossa tarefa é colocar milhões nas ruas no dia 2 de outubro. O ato já tem adesão de 15 partidos, alguns que não participaram dos atos anteriores, nossa tarefa é encher as ruas e mostrar para o Congresso que a população brasileira quer o #ForaBolsonaro, que ele seja preso por todos os crimes que cometeu e que a PEC 32 seja derrubada”, ressaltou Vânia Gonçalves.

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