TAEs da UNILA promovem ações solidárias voltadas à comunidade

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Doação de sangue, arrecadação de água, agasalhos e mantimentos para entidades assistenciais e apoio na organização de donativos ao Rio Grande do Sul estão entre as atividades.

Em greve desde 11 de março, Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) da UNILA nã o têm restringido suas atividades às reivindicações de reposição salarial, reestruturação de carreira e valorização da educação, como seria de praxe em um movimento paredista.

Desde o início da mobilização, além de reivindicar, os técnicos têm promovido ações sociais, como a arrecadação de água, agasalhos e mantimentos para entidades assistenciais e a execução de atividades de combate à dengue, como a limpeza de espaços. Nas últimas semanas, as ações passaram a priorizar também à população do Rio Grande do Sul e a doação de sangue ao Hemonúcleo de Foz do Iguaçu, que aconteceu na última sexta-feira (17).

Apesar de integrarem as atividades da greve, as atividades solidárias seguem uma cultura mantida por muitos dos TAEs da UNILA. Atuantes nas mais diversas áreas, todos veem nessas ações uma forma de contribuir para sociedade de uma outra forma, além da profissional, desempenhada no dia a dia da Universidade. Este é o caso de Éverli Marlei Moers, técnica de laboratório da área de Biologia, que nesta semana apoiou o Corpo de Bombeiros na separação e embalagem de doações às vítimas da catástrofe no Rio Grande do Sul.

Eu já doei sangue em outras ocasiões, há algum tempo. E houve uma época em que trabalhava, junto com umas colegas da UNILA e de outras mulheres aqui de Foz do Iguaçu, no projeto ‘Flor com Amor’”, conta a técnica. Neste projeto, as voluntárias recolhiam flores utilizadas na decoração de festas de casamento e em eventos e as reorganizava em arranjinhos, distribuídos em diferentes pontos da cidade. “Essas oportunidades, assim como a doação do meu tempo agora, no Corpo de Bombeiros, para mim sempre são um momento muito agregador enquanto ser humano – analisa Éverli.

 

 

 

 

Hemonúcleo

Assim como Éverli, que possui a cultura de ajudar o próximo, o administrador Ricardo Gasparotto viu nessas atividades de greve mais uma forma de prestar sua solidariedade. Doador contumaz desde 2018, ele doou sangue, dentro da ação do movimento dos técnicos da UNILA.  Segundo ele, nestes anos todos em que tem prestado apoio ao Hemonúcleo de Foz, ele sentiu muitas emoções e percebeu valores, “como a alegria de viver, de estar com saúde, de poder ajudar ao próximo, com benevolência e responsabilidade social, pois o compromisso de doar sangue só é assumido quando se mantém hábitos saudáveis”, contextualizou. Para o administrador, participar de um ato voluntário faz com que aquele que se desdobra em favo do outro tenha uma sensação de prosperidade, aconchego:

Mesmo com os contratempos do dia-a-dia, em que estamos envolvidos com questões da vida mundana, podemos tirar um tempo pra fazer o bem. Em especial nesse momento em que estamos em greve, em que é crucial nos mobilizarmos para acolher ao próximo.

 

Greve com responsabilidade

Também doadora, Solange Aikes vê a atuação na comunidade uma forma de exercer sua responsabilidade como trabalhador do serviço público. Técnica de laboratório, ela avalia que os servidores públicos “sabem da importância de servir a comunidade, de fazer essas ações cidadãs”. Essa responsabilidade, segundo ela, aumenta ainda mais durante os movimentos grevistas.

Essas ações sociais durante a greve são fundamentais para mostrar o quanto nós somos comprometidos com o nosso trabalho, com a nossa função, com o nosso cargo – pontuou Solange.

Além da doação de sangue e de apoiar o Corpo de Bombeiros na triagem dos materiais que seguirão para o Rio Grande do Sul, os TAEs da UNILA em greve têm atuado em outras frentes. Uma delas, também relacionada ao Estado gaúcho é a doação de recursos em espécie para a compra de materiais como sacos plásticos – usados para embalar roupas, calçados e outros itens – e de produtos de limpeza e higiene.

Também como atividade grevista, os técnicos participaram de um mutirão de limpeza na Praça da Mentira, na Vila C, visado o combate à dengue, e da campanha de arrecadação de bolsas e produtos de higiene e uso pessoal, promovida pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher. Com o angariado pelos técnicos e por várias instituições locais, foi possível montar 124 bolsas com kits de higiene pessoal, distribuídas em vários clubes de mães da cidade.

Impacto positivo

Voluntária há mais de 20 anos, a auditora Kelly Paz conta que o desejo em ajudar veio por meio de sua mãe, que atua numa ação que propicia alimentação semanal para cerca de 80 moradores de rua. “Junto com a alimentação, a gente procura também levar, especialmente no inverno, mantas e kits de higiene, além de água, que é o que mais falta”. Como a água é o item mais solicitado, Kelly sugeriu às colegas em greve a arrecadação do produto para o projeto.

Achamos que a greve poderia ser um momento muito propício para que a gente pudesse mobilizar os colegas em prol de outras causas e sensibilizar a sociedade de que o movimento grevista é um movimento feito por pessoas que interferem positivamente na sociedade, que podem contribuir com a sociedade. Enquanto servidores e enquanto cidadão mesmo.

A ação consistiu no recolhimento de garrafas de água mineral antes de assembleias e de outras atividades dos grevistas. O que resultou na arrecadação de vários fardos do produto. Algo que, segundo ela, é “crucial para que os técnicos possam mostrar à sociedade que o servidor público gera um impacto positivo”, pondera.

Para Kelly, ações deste tipo ajudam a desmistificar a visão de que o serviço público está lotado de pessoas que não trabalham e que não contribuem à sociedade: “Mobilizações e ações como estas, que nós estamos fazendo no período de greve podem mostrar um outro lado. Não só do movimento grevista. Mas da própria figura do servidor público e do impacto que ele pode trazer à sociedade”.

 

por: Comando Local de Greve TAE – Unila

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