Uma comissão de delegados(as) de base e diretores(as) do Sinditest se manifestou na sessão do Conselho Universitário da UTFPR (COUNI) da última sexta-feira (29), em defesa das 30 horas e do direito dos(as) técnicos de participar das decisões referentes à jornada de trabalho da categoria. De forma autoritária e antidemocrática, o reitor Luiz Alberto Pilatti cortou o som dos microfones da transmissão ao vivo e deu a sessão por encerrada.
Estava em pauta a “a instalação de comissão central para realizar estudo de avaliação do impacto causado pela flexibilização da jornada de trabalho dos servidores técnico-administrativos (30h) na UTFPR”. Apesar disso, o conselheiro representante da categoria não foi informado sobre esse ponto de pauta, e os(as) técnicos não foram convidados a indicar nomes para compor uma comissão que avaliaria suas jornadas de trabalho.
Os(as) representantes dos(as) técnicos(as), que ficaram sabendo de última hora que a questão das 30 horas seria pauta do COUNI, formaram uma comissão de cerca de 10 delegados(as) de base e de diretores(as) do Sinditest, se concentraram do lado de fora da sessão e pediram para fazer uma fala aos(as) conselheiros(as) e entregar uma carta em defesa da jornada flexibilizada.
O Conselho votou e foi autorizado que somente cinco técnicos entrassem na sessão. A comissão do Sinditest entendeu que todos(as) deveriam ter o direito de participar do COUNI, e fez uma intervenção interrompendo a sessão e distribuindo a carta-reivindicação, além de falar em defesa das 30 horas.
O reitor tentou impedir a entrada dos(as) técnicos(as), ordenando que a porta fosse fechada e barrando a entrada de alguns representantes. Diretoras do Sinditest e uma delegada de base conseguiram intervir na sessão, garantindo a manifestação da categoria. Pilatti, no entanto, ordenou que os microfones fossem cortados e suspendeu a sessão.
“Nós não queremos que uma comissão para rever as 30 horas seja eleita numa sessão de Conselho sem sequer a categoria ter sido consultada, ter sido informada sobre as intenções dessa administração. Nós pedimos para vir aqui fazer uma manifestação dos nossos objetivos, nós estamos pedindo para falar. Não é justo que um grupo de 10 técnicos não possa entrar no Conselho para fazer uma manifestação”, disse a coordenadora de Comunicação e Imprensa do Sinditest Carla Cobalchini.
“Até agora há pouco estavam falando de representatividade. Cinco técnicos representam? Quantos conselheiros tem aqui e quantos câmpus tem aqui? Cinco técnicos não representam toda a categoria”, completou a diretora Cláudia Nardin, da UTFPR Dois Vizinhos.
Assista ao vídeo da intervenção.
O reitor acusou os(as) técnicos(as) de invadirem o COUNI, disse que a ação do Sinditest era antidemocrática, afirmou que “isso aqui não é assembleismo” e que “aqui não é a UFPR”, após a auditora da Universidade, Elsa Moreira, ter sugerido que “invadir o Conselho” era prática comum na UFPR. Após ser indagado sobre o motivo de não ter convocado os(as) técnicos(as) para participarem do Conselho, o reitor encerrou de vez a sessão.