As entidades de representação da Universidade Federal do Paraná: DCE-UFPR, APUFPR e Sinditest-PR vêm a público manifestar indignação contra os ataques violentos de membros da milícia extremista chamada Movimento Brasil Livre (MBL) que, covardemente, agrediram estudantes e funcionários da Universidade Federal do Paraná (UFPR) na sexta-feira (1), em Curitiba.
Nos últimos anos, em busca de fama, visibilidade, curtidas em redes sociais, dinheiro e votos, militantes de extrema-direita passaram a atacar as universidades públicas, provocando, ofendendo e agredindo membros da comunidade universitária para depois editar vídeos e publicar em suas redes sociais, vitimizando-se ou criando uma percepção irreal dos fatos e dos acontecimentos, com o objetivo de colocar a opinião pública contra as instituições de ensino.
Esse tipo de ação é organizada, geralmente, por militantes que pretendem se candidatar nas próximas eleições e, na falta de uma plataforma transparente e de projetos factíveis, apelam às fake news e aos discursos de ódio para conseguir seguidores que, na visão deles, são potenciais eleitores.
São hipócritas, porque não são honestos em divulgar suas verdadeiras intenções ou plataformas político-ideológicas que são, geralmente de cunho neoliberal (que eles mesmos sabem que há pouca adesão), e apelam para o sensacionalismo, estímulo à violência, teorias conspiratórias, paranoias infantilizadas e hostilização de setores específicos da sociedade.
Em relação às universidades e escolas públicas, eles provocam as pessoas, gravam vídeos e fazem o conteúdo circular por redes sociais e grupos em aplicativos de mensagens, disseminando mentiras e estimulando o ódio contra estudantes, professores e servidores.
Esses milicianos são responsáveis, entre outras coisas, por fazer parte da população não enxergar a importância das universidades públicas para o país. Geralmente, se utilizam dos espaços de convivência estudantil (salas de centros acadêmicos) e divulgam como para seu público tentando criar um panorama de que nossas instituições são espaços depredados, mesmo sendo pagos com o dinheiro público. Via de regra, fazem isso de forma ilegal, invadindo espaços para criar conflitos e agredir a comunidade.
A milícia chamada MBL foi criada, treinada e financiada por investidores de fora do Brasil para forçar a disseminação de ideias neoliberais no país, com o objetivo de apoiar as privatizações de empresas estatais e serviços públicos, uma pauta rejeitada pela maioria da população, segundo pesquisa Datafolha e de outros institutos. Por isso, eles aprenderam a conquistar seguidores com discursos falsamente moralistas. São hipócritas, considerando que suas nojentas fileiras são formadas por nazistas, pedófilos, corruptos e indivíduos que atentam diretamente contra a democracia brasileira e o bem-viver.
Um dos militantes extremistas que atacou a comunidade da UFPR já foi candidato a vereador em 2020 e deputado estadual no ano passado, em nenhuma das ocasiões foi eleito. Em maio deste ano, foi obrigado pela Justiça a retirar um vídeo de suas redes sociais em que ridicularizava uma pessoa autista. Em julho, fez na UFSC o mesmo que tentou fazer na UFPR: agrediu a comunidade universitária e depois postou imagens dizendo que foi ele o agredido. Ressaltamos aqui sua tática eleitoreira, criando narrativas falsas e violentas contra a maior universidade do Paraná, polo de produção de ciência, tecnologia e saber.
Tanto o ocorrido na UFPR na última semana como a prática recorrente desses militantes em outros espaços devem ser repudiadas por toda a nossa comunidade e pela sociedade em geral. Além disso, tanto a Administração da nossa Universidade como as autoridades competentes devem apurar os crimes cometidos por esses meliantes no âmbito da nossa instituição, para que eles sejam punidos exemplarmente, pelo rigor da lei.
Recomendamos aos membros da comunidade UFPR apenas uma coisa: mantenham-se seguros! Não é a primeira vez que nossos pares são covardemente atacados por carregarem a responsabilidade de fazer parte da nossa universidade, da estudante que levou uma pedrada em um terminal rodoviário por utilizar o moletom com a sigla da instituição até essa situação sombria que vivenciamos na última semana.
Também reforçamos aqui o alerta para que todos compreendam as reais intenções dessa milícia e que não deem repercussão a esses militantes. Precisamos contribuir para a reconstrução das bases democrática do nosso país, deixando no passado esse tipo de comportamento violento, que se alimenta apenas do conflito e do ódio entre as pessoas.
Curitiba, setembro de 2023
Diretório Central dos Estudantes da UFPR (DCE-UFPR)
Associação dos Professores da UFPR (APUFPR)
Sindicato dos trabalhadores em educação das instituições federais de ensino superior no estado do Paraná (Sinditest-PR)