Sinditest-PR exige que senadores paranaenses assinem a CPI do “Balcão de Negócios no MEC”

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Considerado um dos maiores escândalos de corrupção atribuídos ao governo de Jair Bolsonaro, o caso conhecido como “Bolsolão do MEC” precisa, urgentemente, ser investigado. Esta é a reivindicação do Sinditest-PR que, através da Fasubra, exige a abertura imediata de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar as denúncias envolvendo a pasta – o Ministério da Educação é hoje um dos mais sucateados e negligenciados pelo atual presidente, inimigo declarado da ciência, dos servidores, das servidoras e da educação.

O Ministério da Educação não pode ser moeda de troca. Como se não bastasse a nomeação de pessoas não comprometidas com a educação pública para o cargo de Ministro, agora surgem indícios da existência de um gabinete paralelo comandado por pastores evangélicos que atuavam como lobistas nas prefeituras, cobrando um quilograma de ouro como pagamento para a destinação das verbas, inclusive favorecimentos na construção de igrejas. Muitos fiéis destas igrejas ficaram indignados com a possibilidade de corrupção envolvendo alguns pastores no MEC.

Áudio vazado do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, aponta para uma possível orientação de Bolsonaro para que desse prioridade na destinação das verbas “aos amigos do pastor Gilmar“. Se isso for verdade, de falso defensor do combate à corrupção, Bolsonaro passou a operar um esquema grandioso envolvendo verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Tudo isso é revoltante, um absurdo que precisa ser investigado.

Numa tentativa desesperada de impedir as investigações, Bolsonaro decretou sigilo por 100 anos sobre as visitas de pastores ao Palácio do Planalto, decreto este que está sendo contestado pelos deputados Marcelo Freixo (PSB/RJ) e Orlando Silva (PCdoB/SP), que já pediram à Procuradoria Geral da República o fim do sigilo, pois o ato da presidência é flagrantemente inconstitucional e imoral. Segundo os parlamentares, o sigilo é injustificado e ilegal. Bolsonaro também iniciou uma investida no Senado para pressionar senadores da base aliada do governo federal a recuarem assinaturas a favor da abertura do inquérito. Os senadores paranaenses Álvaro Dias (Podemos) e Flávio Arns (Podemos) não assinaram. Oriovisto Guimarães (Podemos) havia assinado e logo depois retirou sua assinatura.

 Na esteira do Bolsolão, outras acusações de desvio de dinheiro público começam a aparecer. Os montantes envolvidos nos esquemas chamam a atenção: num dos casos suspeitos, o superfaturamento em licitações para compra de ônibus escolares pode superar a casa dos 700 milhões; em outro, o governo é acusado de destinar 26 milhões para compra de kits de robótica para cidades do interior de Alagoas – o problema é que se suspeita que essas escolas, localizadas no reduto eleitoral do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), não existem.

Diante dos escândalos, a Fasubra, o Fonasefe e demais entidades ligadas ao funcionalismo e à educação pressionam o Senado para a abertura da CPI do MEC. Nos estados, os Sindicatos também estão mobilizados, com pressão nas Reitorias através dos Conselhos Universitários para o envio de moções de apoio.

Estão tentando blindar o governo e o ex-ministro Milton Ribeiro, peça central desse esquema terrível de corrupção. Vamos pressionar e insistir para que tudo isso seja investigado. Queremos respostas, denunciamos que os senadores paranaenses estão se omitindo e contribuindo para que essa sujeira seja jogada para debaixo do tapete. Eles precisam assinar a CPI para que a investigação aconteça!

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