Coordenadoras do Sinditest-PR e o técnico Valter Antonio Maier – integrantes da comissão dedicada à análise dos valores praticados pelos Restaurantes Universitários da UFPR – participaram, no dia 28 de abril, de uma reunião com a Reitoria sobre os pedidos de elucidações constantes no ofício protocolado pelo Sindicato junto à instituição.
O grupo, que deriva da Comissão de Negociação eleita em assembleia, surgiu após a apresentação das pautas locais ao Reitor Ricardo Marcelo – na ocasião, tanto a direção do Sindicato quanto a própria base identificaram a necessidade de aprofundamento na discussão deste tema: a alta no preço das refeições no RU é hoje um dos principais motivos de insatisfação entre a categoria.
“Queremos que os estudantes servidores paguem o mesmo preço que os alunos, que o valor do RU seja rediscutido de maneira que a taxa cobrada seja justa para todos os servidores e servidoras. Entendemos que o restaurante é parte da vida da Universidade e deve oferecer um serviço de qualidade e acessível para toda a comunidade acadêmica, inclusive para nós, técnicas e técnicos. Não estamos nem um pouco satisfeitos com os valores praticados atualmente, eles estão muito distantes do que as pessoas podem acessar”, ressalta Marcello Locatelli, coordenador do Sinditest-PR.
Confira abaixo os principais encaminhamentos da reunião, que contou ainda com a presença do Pró-Reitor de Administração Marco Antonio Ribas Cavalieri, e de Marinês de Pauli Thomaz, Chefe de Gabinete da UFPR:
Índices
De acordo com Elis Regina Ribas, coordenadora do Sindicato, uma das sugestões da Comissão, que era a renegociação do contrato atual do RU Curitiba, ficou de ser encaminhada pela Reitoria.
Ela explica: “acordamos, entre outras coisas, que a administração da Universidade chamará a empresa Blumenauense, gestora do contrato do RU Curitiba, para tentar renegociar, antes da época da alteração contratual, a troca do índice de IGPM pelo IPC, o que impactaria no cálculo de custos das refeições caso seja empregado o melhor índice de reajuste”.
Formas de Pagamento
A gestão da UFPR também se comprometeu a analisar outra reivindicação da categoria, que exige a modernização e ampliação dos meios de pagamento – atualmente, a cobrança é realizada apenas em dinheiro. Para a Comissão, é necessário que a Universidade solicite às empresas gestoras de todos os RUs para que providenciem o troco e adotem o pagamento das refeições por PIX e/ou cartão de débito, com o intuito de garantir a cobrança pelo preço exato de custo, que hoje encontra-se majorado em alguns restaurantes universitários.
De acordo com a Universidade, a diferença entre o valor cobrado atualmente em relação às despesas será empregada em um evento comemorativo ao dia do Servidor e da Servidora.
Panorama
O Sindicato solicitou ainda que a Reitoria apresente à entidade um levantamento com os números de técnicas e técnicos que deixaram de frequentar os Restaurantes Universitários após a alta expressiva dos preços. Estima-se que grande parte dos ex-usuários deste serviço tenham substituído as refeições do RU, nutricionalmente calculadas, por lanches, que acabam sendo uma alternativa de baixo custo frequente.
Subsídios
Sobre os subsídios, a Reitoria informou que a fim de manter a isonomia e seguir a norma do Tribunal de Contas da União, que diz ser proibida a concessão de duplo subsídio aos servidores estudantes, solicitará a auto declaração de todos aqueles que são servidores públicos e igualmente alunos da UFPR, para que estes não incorram no uso ilegal do subsídio empregado para a cobrança de refeições exclusivamente destinados aos alunos da UFPR sem vínculo como servidor público. Segundo a legislação, não pode haver subsídio nas refeições do RU para aqueles que já recebem vale alimentação e/ou vale refeição.
“O Sindicato defende que todos os estudantes que são servidores públicos sejam tratados com isonomia quanto a condição de estudantes. Mais uma vez, esperamos sensibilidade da administração da universidade com o TAEs, que estão com os salários e benefícios arrochados. A administração dos RUs ainda é exercida em base à autonomia de gestão das universidades, por isso é fundamental uma política que tenha um olhar para os servidores que trabalham todos os dias pela UFPR”, afirma Elis.
Uma nova reunião para retorno da situação dos acordos firmados entre os presentes na reunião e a gestão da UFPR será realizada em breve. O Sinditest-PR acompanha de perto a questão.