Técnicas e técnicos administrativos em educação da base do Sinditest paralisaram suas atividades ontem, 18 de agosto, em adesão ao Dia Nacional de Greve do Serviço Público. A data de luta contra a Reforma Administrativa ficou marcada ainda por diversas mobilizações realizadas em todo o país. Em Curitiba, um ato convocado pelo Fórum Permanente em Defesa dos Serviços Públicos, pelo Comitê de Lutas e pela Campanha Fora Bolsonaro reuniu centenas de servidores e servidoras das três esferas – municipal, estadual e federal – na praça Santos Andrade.
Na avaliação de Mariane Siqueira, coordenadora geral do Sindicato, o #18A foi bastante positivo, pois intensificou o debate público sobre os riscos que população, sobretudo a mais necessitada, corre com a aprovação da #ReformaAdministrativa. Em seu discurso durante o ato, a sindicalista frisou que aderir à PEC 32 é colocar em prática aquilo que o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse essa semana, que a universidade pública é para poucos.
“Eles não querem que os filhos e as filhas da classe trabalhadora entrem nesse prédio. Eles não querem que os filhos e as filhas da classe trabalhadora digam que são cientistas. A universidade pública é onde os filhos e filhas da classe trabalhadora têm a oportunidade de salvar vidas e buscar através da ciência medidas contra a fome e o desmatamento. Nossas pesquisas salvam vidas, sejam aquelas da área da saúde e também as produzidas por áreas desprezadas pelo governo Bolsonaro, como as ciências humanas, com estudos importantes que mostram índices como o de analfabetismo que cresceu nesse país, que versam sobre violência doméstica e nos mostram as violações aos direitos humanos. E é essa a universidade que parou hoje em todo o Brasil pra dizer não à Reforma Administrativa”, enfatizou.
Cidades do litoral e do interior do estado também realizaram protestos. Em Toledo, houve panfletagem em frente à Prefeitura Municipal. Em Londrina, Cascavel, Paranavaí e Maringá foram registradas manifestações de rua. Na internet, diversas lives e fóruns discutiram a temática, ampliando o alcance desta discussão para além do funcionalismo.
“Estamos atingindo o nosso objetivo que é sensibilizar a sociedade. Barrar a Reforma Administrativa interessa não só a nós, servidores públicos. Os serviços públicos deveriam ser defendidos com unhas e dentes pelo conjunto da população. As pessoas não estão se atentando ao impacto que essa deforma promete causar”, reiterou Mariane.
Em nome da categoria, a coordenadora relembrou também que uma boa parte dos trabalhadores e trabalhadoras da base do Sinditest sequer puderam adotar o trabalho remoto durante a pandemia.
“Pelo contrário, nossos TAEs tiveram que se desdobrar, tiveram que tirar força e energia não se sabe de onde para conseguirem cuidar da população. Os nossos hospitais universitários ficaram lotados, mesmo assim esses trabalhadores e trabalhadoras não desistiram e continuam lá até hoje, atendendo toda a população”, finalizou.
A categoria volta às ruas no dia 07 de setembro, data escolhida pelas Centrais Sindicais e movimentos sociais para a realização do Grito dos Excluídos, movimento que pretende aglutinar também as pautas da campanha #ForaBolsonaro.