Os servidores públicos do Paraná estão neste momento em frente à Assembleia Legislativa, em Curituba (PR), para barrar a votação dos projetos de leis 001/2015 e 002/2015 que atacam direitos de diversos segmentos do funcionalismo. Mais de 15 mil pessoas participam da mobilização, entre trabalhadores da Educação, servidores da saúde e agentes penitenciários. A votação desses projetos está prevista para começar às 14h.
O governador do Paraná de Beto Richa (PSDB) quer implementar medidas que mexem com a previdência, com a carreira do funcionalismo, e frontalmente com a autonomia das universidades, entre outros ataques.
Esses projetos põem fim ao quinquênio (adicional por tempo de serviço), às progressões e o plano de desenvolvimento das carreiras dos docentes, com cursos periódicos. Outras medidas também rechaçadas pelos servidores são o fim do auxílio-transporte em períodos de férias e afastamento, e a fusão dos dois planos da ParanáPrevidência. Esse último item considerado um dos mais polêmicos, visto que num futuro próximo os servidores correm o risco de não receberem suas aposentadorias.
Ontem, os servidores também se mobilizaram contra o pacote de arrocho do governo do estado que estão relacionados às medidas impostas pelo governo federal. A pressão dos servidores começou na segunda-feira com a mobilização de mais de 7 mil pessoas em frente à Assembleia Legislativa e deflagração da greve na Educação básica.
Greve em 100% das escolas
Os trabalhadores em Educação do Estado do Paraná, que encabeçam a mobilização, decidiram no sábado (7) pela greve por tempo indeterminado a partir desta segunda-feira (9). A adesão é de 100% dos funcionários e é considerada histórica. “100% das escolas estão paradas e isso nunca havia ocorrido. Essa greve vai até a derrota desse pacote”, destaca o funcionário de escola e membro da CSP-Conlutas Paraná, Rodrigo Tomazini.
A greve também é contra a demissão de 10 mil funcionários demitidos e vai além do pacote neoliberal do governo.
Greve Geral do funcionalismo
Os servidores da saúde também decidiram entrar em greve por tempo indeterminado na segunda-feira.
Os agentes penitenciários estão com indicativo de greve e decidem hoje se aderem ao movimento paredista.
Trabalhadores das universidades estaduais também estão em luta contra o pacote de maldades, e parte da categoria entra em greve hoje e outra decide amanhã pela paralisação.
Servidores públicos não pagarão pela crise
Segundo o dirigente da CSP-Conlutas, o governo dá como desculpa para implantar essas medidas de arrocho a crise internacional, entretanto, o Estado do Paraná foi o que maior teve arrecadação. “Se existe crise, os trabalhadores não os responsáveis e não podem ser penalizados. Vamos seguir o exemplo dos trabalhadores da Europa e ir às ruas para dizer que essa crise não é nossa e não vamos pagar por ela”, reitera Rodrigo. “Essa é uma greve política contra um projeto de governo”, reafirma.
“Nesse ano já teve um ato das centrais contra as MPs da Dilma, que também retiram direitos trabalhistas. Somente a unidade dos trabalhadores poderá derrotar esses projetos e reverter esses ataques”, finaliza o dirigente.
Todo apoio
A CSP-Conlutas Nacional está presente nesta mobilização, além disso a Central enviou moção de apoio à luta dos servidores públicos do Paraná e manifesta total solidariedade à greve histórica desses servidores, com a exigência de que o governo retire essas medidas que atacam os direitos dos servidores.
*Com informações do Jornal O Paraná
Fotos: APP Sindicato
Fonte: CSP-Conlutas