O servidores da educação federal do Paraná entraram em greve na sexta-feira, 29 de maio. Eles se juntaram aos trabalhadores técnico-administrativos de cerca de outras 30 universidades federais de todo o país que já haviam paralisado os trabalhos na quinta-feira, 28. Na segunda-feira, 01 de junho, outras três universidades devem parar: Universidade Federal de Uberlância (UFU), Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
“Não me lembro da última vez que a greve começou tão forte”, analisou José Carlos de Assis, diretor do Sinditest e recentemente eleito para a direção da Fasubra, a federação nacional que reúne sindicatos de servidores da educação federal. “Possivelmente este ano teremos uma greve com todos as universidades federais aderindo.”
No Paraná, a primeira atividade da greve foi uma assembleia na manhã do dia 29, na sede social do Sinditest, em Curitiba. Cerca de 600 servidores da UFPR, da UTFPR e da Unila estiveram presentes. No entanto, alguns pontos polêmicos, como o fechamento dos Restaurantes Universitários (RUs), ainda não foram definidos, o que deve acontecer na próxima terça-feira, 02 junho, às 10 horas, em nova assembleia, no pátio da reitoria da UFPR.
Na Universidade da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu, já no primeiro dia de greve os servidores fecharam o acesso à reitoria da universidade. No Hospital de Clínicas (HC) da UFPR, funcionários de pelo menos oito departamentos aderiram de imediato à paralisação: UTI Adulta, Centro Cirúrgico, Transplante de Medula Óssea, Clínica Médica, Centro de Terapia Semi-Intensivo, o setor de observação do Pronto Atendimento, raio-x e laboratórios. Na UTI Adulta, pelo menos 70% dos servidores serão mantidos trabalhando, para evitar questionamentos legais. Em setores mais específicos, como a UTI Cardíaca e a UTI Neonatal, cerca de 50% e 33% dos leitos serão fechados, respectivamente.
Na Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da UFPR, 50% dos trabalhadores pararam. Mesma situação do campus de Jandaia do Sul. Na Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) o contingente paralisado deve chegar a 85% na segunda-feira.
Na assembleia dos servidores, a presidenta da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (Apufpr), Maria Suely Soares, lamentou do fato de os professores da instituição não terem optado pelo mesmo caminho dos técnicos. Os docentes da UFPR decidiram na segunda-feira, 25, não entrar em greve. “Da parte da direção da Apufpr, entendemos que este é o momento da greve, sim. Mas acabou vencendo o individualismo, a opinião daqueles que querem terminar o semestre e uma certa desesperança”, discursou.
Para José Carlos de Assis, as universidades precisam forçar o governo a negociar agora, porque a crise econômica do país tende a se agravar. “Se não arrancarmos nada do governo agora, não vamos ter nada no ano que vem. Vai estar pior.”
A primeira reunião do comando local de greve acontece na segunda-feira, às 10 da manhã, na sede administrativa do Sinditest.
Sandoval Matheus
Assessoria de Comunicação do Sinditest