No Centro Politécnico e no Setor de Ciências Jurídicas, tem sido intenso o fluxo de votantes no segundo dia da consulta à comunidade universitária à Reitoria da UFPR. No entanto, o movimento está menor que o do primeiro dia de votação. Na percepção de mesários(as), o comparecimento às urnas deve aumentar conforme a quarta-feira vá chegando ao fim, já que muitos(as) deixam para registrar a escolha na última hora.
Além de conferir o segundo dia de votação nas bases dos candidatos a reitor, o Sinditest foi ouvir as demandas dos técnicos(as) administrativos(as) desses campi. Confira:
Centro Politécnico
No Centro Politécnico, base de Marcos Sunye, candidato da Chapa 1, “UFPR que Queremos”, foram estudantes os(as) que mais votaram nesta quarta-feira, 28. Docentes e servidores(as) compareceram às urnas logo no primeiro dia da consulta. “Hoje está mais tranquilo. Até agora tem vindo mais alunos. Eu já votei, e independentemente de quem ganhar, espero que seja um reitor pró-comunidade. Até porque pior do que está não tem como ficar. As últimas duas gestões foram insuficientes, poderiam ter feito bem mais”, opinou um dos mesários do prédio de Exatas, técnico da Informática.
De acordo com Cristina Braga, mesária da urna do saguão da biblioteca do Setor de Tecnologia, a quarta-feira de votação está movimentada, mas tranquila, sem incidentes. “Tudo dentro da normalidade”, afirmou. No Setor de Química, houve registro de votos em trânsito de estudantes do Setor de Ciências Agrárias, contou a mesária Andréa Weber, técnica-administrativa da Informática. “Eles estão vindo votar aqui. Hoje, 90% do movimento foi de alunos. O grande fluxo mesmo foi ontem.”
Quanto ao que se espera do próximo reitor, servidores(as) tiveram receio de contar os problemas da Universidade, com medo de represálias. Alguns(umas) preferiram não falar com o Sindicato, e outros(as) aceitaram dar declarações, desde que não tivessem seu nome publicado. A impressão que ficou é que o assédio a quem faz denúncias é institucionalizado.
As reclamações vão desde estrutura precária, com móveis velhos e locais de trabalho inadequados, a falta de manutenção e verba, o que compromete o funcionamento de vários setores. “Muitos técnicos sequer têm uma sala para trabalhar. Eles têm que ficar no laboratório junto com os alunos e professores”, contou uma técnica.
“Temos bastante dificuldade com a parte de movimentação de pessoal. O próximo reitor tem que melhorar o processo de transferência de setor. É muito burocrático, parece que é feito para dificultar. Às vezes, você tem um chefe que te assedia, quer sair daquele local e fica amarrado. Você é obrigado a ficar num setor que está te fazendo mal, te deixando doente”, denunciou outra técnica, que disse haver assédio também por parte de alguns(umas) docentes, que acham que são superiores aos(as) servidores(as).
Uma terceira técnica afirmou que a regulamentação da jornada flexibilizada é uma de suas expectativas para a próxima administração da Reitoria. “Que as 30 horas sejam 100% implantadas. Hoje é uma incógnita, não tem nada certo”, queixou-se.
Prédio Histórico
Base do candidato Ricardo Marcelo, da chapa 2, “UFPR é Nossa Vida”, o Setor de Ciências Jurídicas, no Prédio Histórico, deve ter um aumento do fluxo de votantes no fim do dia, de acordo com a mesária Jane Kiatkoski. “Todo mundo deixa para a hora última. Tem muita gente ainda pra votar, mas o comparecimento está excelente”, analisou. “Ontem foi mais movimentado. O maior número de votos dos alunos foi ontem à noite, já dos técnicos, foi hoje.”
Do próximo reitor, a técnica Melissa Reichen, coordenadora de Recursos Tecnológicos do Núcleo de Educação a Distância (NEAD), espera “menos politicagem e mais ação”. “Que os cargos, principalmente de direção, sejam preenchidos por pessoas que tem competência, e não apenas que apoiaram o processo político para escolha desse reitor. Para o NEAD, esperamos que realmente tenha um olhar de gestão para a educação a distância, que haja investimento na parte de tecnologias.” Segundo ela, atualmente não há nenhum recurso tecnológico educacional para ofertar aos professores e à comunidade acadêmica. “Nós estamos falando de 25 mil pessoas envolvidas e não temos pessoal, não temos infraestrutura tecnológica e infraestrutura administrativa para atender a esse público.”
Servidor na Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROED), Wilson Voitena pede por mais investimento na área. “Como trabalho na cultura, é sempre mais sensível essa área. A gente está vindo de duas dinastias que não eram muito inclinadas a valorizar essa parte. Espero que o próximo reitor olhe com um pouco mais de carinho para a cultura.”
A técnica Natalia Machado quer que a Reitoria saiba aproveitar o que cada um(a) tem de melhor, tanto docentes quanto técnicos(as). “O reitor tem que saber aproveitar as potencialidades de cada um em prol de uma gestão mais eficiente, mais justa, mais paritária. Espero que a gente realmente se sinta realizado de vir para a Universidade e cumprir com o nosso papel”, declarou.
Jornalistas Luisa Nucada e Silvia Cunha,
Assessoria de Comunicação e Imprensa do Sinditest-PR.