Os técnicos e técnicas da base do Sinditest ocuparam o pátio da Reitoria da UFPR, em Curitiba, na manhã desta terça-feira (25), segundo dia da Greve Contra a PEC 241, e se engajaram em uma oficina de cartazes. Sob a tenda da paralisação, os(as) trabalhadores(as) denunciaram, com canetinhas e cartolinas, os ataques que os mobilizaram para a luta: desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS), condições de trabalho precárias e congelamento de salários, entre outros.
A produção de material visual foi organizada pela técnica da UTFPR Aline Almeida. “Os cartazes são importantes porque comunicam as lutas, são uma forma de dar visibilidade às nossas reivindicações. As pessoas vão ler e saber por que estamos paralisados”, explicou.
Trabalhadores(as) da FUNPAR aproveitaram a oficina para informar a comunidade sobre a precarização do Hospital de Clínicas (HC), agravada com a contratação da EBSERH. “Está um caos dentro do hospital. A gente lava a mão e sai procurando papel toalha, mas não tem”, diz Jorge Ielen, que atua no banco de sangue da instituição.
Sua colega Marli da Cruz sofre com dores na coluna causadas pelo péssimo estado das cadeiras. “Nós temos carga horária de oito horas, passamos todo esse tempo sentados em cadeiras tortas, velhas, rasgadas. Isso está causando problemas físicos”, afirmou. “Nós já somos todos de meia idade, não somos mais jovens”, completou Yolanda Ielen, trabalhadora da pediatria. “E tem essa PEC 241. Se ela passar e congelar tudo, como vamos lutar pela nossa data-base no ano que vem?”
Informes
O Sinditest armou a tenda da greve no pátio da Reitoria para concentrar as ações durante a paralisação e também como forma de apoio à ocupação do prédio Dom Pedro I pelos(as) estudantes universitários(as), que ocorreu na noite de segunda-feira (24). A coordenadora de Comunicação Carla Cobalchini desmentiu o boato de que a greve iria fechar o Restaurante Universitário (RU).
“Nós não aprovamos o fechamento do RU em assembleia. Isso não foi discutido pela base. Essa informação pode ter sido espalhada pela administração da Universidade para tentar desmobilizar nossa greve”, disse. Carla ainda manifestou a solidariedade do Sinditest à família e aos amigos do jovem Lucas Eduardo Araújo Lopes, de 16 anos, assassinado dentro de uma escola ocupada.
“Nós sabemos que infelizmente a violência e a exposição às drogas fazem parte do cotidiano da juventude da periferia. Esse episódio muito triste que ocorreu não está descolado dessa realidade. É lamentável que o governador Beto Richa se aproveite da morte desse rapaz para tentar deslegitimar e enfraquecer as ocupações. Lutando pela educação, junto com os estudantes secundaristas e universitários, nós lutamos para retirar os jovens desse contexto de violência”, declarou a coordenadora.
Assembleia
Nesta quarta-feira (26), terceiro dia de greve, será realizada uma assembleia geral na tenda da greve, com primeira chamada às 9h30 e segunda chamada às 10h. Na pauta, estão:
1. Avaliação de greve
2. Comando de greve local e nacional
3. Fundo de greve
4. Encaminhamentos
#OcupaTécnicos #ForaTemer #NenhumDireitoAMenos
Luisa Nucada,
Assessoria de Comunicação e Imprensa do Sinditest-PR