Em meio as tensões e aos conflitos de interesse, um grupo de conselheiros fiscais do SINDITEST-PR anuncia seu desligamento do conselho fiscal, apontando discordâncias com parte da direção do sindicato ligada ao coletivo “Unir”. Em um documento (Solicitação Desligamento Conselho Fiscal) enviado à diretoria, os conselheiros alegam que suas preocupações com a governança e a gestão financeira da entidade não foram adequadamente tratadas, destacando problemas como falta de transparência e decisões unilaterais que comprometem a integridade do sindicato.
O documento destaca uma série de queixas direcionadas ao grupo ligado à corrente “Unir”, da FASUBRA. Entre as principais críticas está em não deliberar coletivamente. O coletivo não está sendo respeitado, o que gera desarmonia na condução das atividades sindicais.
Outro ponto sensível abordado no documento é a permanência de um dos coordenadores do SINDITEST-PR em um cargo de chefia da Ebserh no Complexo Hospital de Clínicas (CHC), o que representa um conflito de interesse. Ressaltando-se que essa situação compromete a imparcialidade na defesa dos direitos dos trabalhadores e quebra do acordo realizado para a composição da atual gestão, que previa que o burocrata se desligaria de seu cargo na Ebserh.
Além disso, os conselheiros questionam a rescisão do contrato com o escritório de advocacia que atendia ao sindicato, executada de forma unilateral pelo grupo ligado ao “Unir”. Essa medida foi realizada sem consulta prévia à diretoria colegiada, o que levantou preocupações sobre a gestão financeira do sindicato e a transparência nas tomadas de decisão.
Outro ponto de discórdia envolve o ambiente de trabalho dentro do sindicato, com relatos de atitudes machistas e misóginas atribuídas aos diretores do grupo “Unir”. Os conselheiros afirmam que essas práticas são recorrentes e atingem diretamente a representatividade feminina, visto que a maioria dos trabalhadores associados ao SINDITEST-PR é composta por mulheres.
O documento também alerta sobre o uso de recursos financeiros do sindicato para reformas e trocas de prestadores de serviço, como advogados, sem o devido debate com os demais membros da diretoria. Segundo os conselheiros, essas decisões criam dificuldades para a fiscalização e prestação de contas, gerando insegurança quanto à correta aplicação dos recursos e expondo o sindicato a riscos jurídico-administrativos.
Diante dessas questões, os conselheiros que assinam o documento decidiram se desligar do Conselho Fiscal. Eles afirmam que, sem garantias de lisura e transparência, a continuidade na fiscalização financeira se tornou insustentável. Com isso, deixam claro que não se responsabilizarão mais pelas futuras prestações de contas do SINDITEST-PR, já que as condições atuais impedem a realização de um trabalho responsável e seguro para a entidade.
Toda essa situação levanta questionamentos sobre a governança dentro do sindicato e a necessidade de novas eleições (Coordenação e Conselho Fiscal) afim de preserva a entidade e promover uma gestão participativa e transparente que lute pelos direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores.