Os educadores e educadoras da rede estadual de ensino do Paraná decidiram pela manutenção da greve nesta manhã (04). No 24º dia de greve cerca de 20 mil pessoas participaram da reunião no estádio de futebol Vila Capanema chamada pela APP Sindicato. Após a votação dos demais itens da pauta os professores saíram em passeata até o Palácio Iguaçu, onde farão pressão para a aprovação do projeto de lei que acaba com a instalação da Comissão Geral, que ficou conhecida como tratoraço do Governo Beto Richa.
Entretanto, um ponto que gerou polêmica na assembleia da APP Sindicato foi a votação apressada sobre a convocação de assembleias daqui para frente. Foi deliberado hoje que haverão assembleias permanentes com convocação em 24 horas. No entanto, nenhum debate foi aberto antes da votação e parte da categoria teme que haja assembleias convocadas em cima da hora, prejudicando a representatividade necessária ao movimento grevista, configurando uma tentativa de manobra da direção da APP para terminar a greve antes que todas as reinvindicações sejam atendidas.
O educador Rodrigo Tomazini ressaltou que as primeiras vitórias vieram com a ocupação da ALEP por duas vezes, pois a categoria mostrou união e disposição de luta. Tomazini defende que enquanto Richa não recuar em todas as medidas de austeridade os educadores devem seguir mobilizados na greve. “O governo não se comprometeu com o pagamento das progressões de carreira, com a implementação do PDE e com as licenças que são nossos direitos. E mais que isso, a questão da previdência é fundamental pra nós e por isso nós temos que derrotar as políticas neoliberais do Governo Beto Richa em greve. A luta não acabou. Temos que chamar os servidores públicos do Paraná a parar esse estado”.
A greve da categoria no Paraná já é histórica e se soma a luta das demais categorias do serviço público do estado em greve, como é caso dos trabalhadores da saúde, do judiciário, do Detran e da Defensoria Pública. Além de atacar cruelmente o direito dos trabalhadores, em três meses de mandato Beto Richa está conseguindo colocar o estado em situação caótica e afundando o Paraná em dívidas. O índice de reprovação do governo chega a 80% entre a população e o índice de apoio à greve chega a 90%, segundo a Paraná Pesquisas.
E a educação federal?
Os ataques que os trabalhadores em educação vêm enfrentando não são só aqui no Paraná. O Governo Dilma após anunciar o slogan de “Pátria Educadora”, anunciou um corte de 30% do dinheiro que deveria ser investido em educação no Brasil, mostrando que seu plano de governo na realidade não é diferente do PSDB de Richa.
A greve dos professores no Paraná é um exemplo nacional de luta e serve de inspiração e são força para os servidores públicos federais, que estão em plena Campanha Salarial. Se Dilma não negociar, o serviço público federal vai parar!
ASCOM Sinditest