Em solenidade no Hospital de Clínicas da UFPR (HC), o ministro da Saúde, Ricardo Barros, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, e a vice-governadora Cida Borghetti, dentre outros políticos, fizeram discursos demagógicos e tentaram se promover, a despeito da situação caótica em que a instituição se encontra, com falta de materiais e funcionários, na manhã desta segunda-feira (2).
Apesar de ter privatizado a saúde do município autorizando as Organizações Sociais (OSs), Greca falou em “fazer o bem”. Disse que fazer o bem “não tem ideologia” e que Curitiba estava precisando de “humanismo”. Após a fala demagógica, ainda disse que não iria fazer um hospital norte na cidade – conforme promessa de sua campanha –, e sim que iria fazer do HC um hospital norte.
Ricardo Barros, por sua vez, prometeu equipamentos novos para o HC e disse que irá reabrir 200 leitos que estão fechados na instituição. Foi com desfaçatez que o ministro justificou o número de leitos fechados, dizendo que “a política de saúde caminha para a desospitalização”, e citou a atenção básica, os agentes comunitários de saúde e saúde da família, serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, Barros defende o desmonte da saúde pública para dar espaço a planos de saúde “baratinhos”, e é aliado do governo Temer, que aprovou a PEC 241/55, que irá cortar investimentos na saúde pública a partir de 2018.
Cida Borghetti se aproveitou do Outubro rosa para alegar preocupação com a saúde da mulher e colocar um lacinho rosa no terno de Ricardo Barros. A vice-govenadora também relembrou emendas de sua autoria que destinavam recursos para hospitais de Curitiba e que foram aprovadas quando era deputada federal.
A cerimônia celebrou o investimento de R$ 25,9 milhões para criação de 149 novos leitos de urgência e emergência e qualificação de outros 130 em Curitiba, e foi realizada no hall da direção do HC.