A Polícia Militar cumpriu seu papel repressor e truculento contra ao menos 10 mil pessoas que participaram da manifestação contra o aumento da tarifa de ônibus nesta sexta (9).
O protesto seguia pacifico até a Rua Consolação, perto da Avenida Paulista. Sem poupar bombas, e disparando para todos os lados, a PM agiu contra pessoas que pacificamente alertavam os paulistanos sobre o roubo do aumento da passagem.
As ruas no entorno da Consolação serviram de refúgio aos que tentavam se proteger. A Rota perseguia aleatoriamente e espalhava o terror.
Qualquer um era alvo. Crianças, idosos, trabalhadores, estudantes. Ninguém foi poupado. A ação repressiva com bombas, mais de 30 prisões, causou desespero e indignação. (veja neste vídeo https://www.youtube.com/watch?v=2kTy39X8ids#t=276)
Altino Prazeres, presidente Sindicato dos Metroviários de São Paulo, também membro da CSP-Conlutas, esteve presente no ato repudiou a ação dos policiais. “A PM tentou intimidar os trabalhadores e estudantes com seu aparato repressor. O governador de São Paulo Geraldo Alckmin e o prefeito Fernando Haddad, que se uniram para aumentar as tarifas, repetiram a dose nesta sexta-feira, ao reprimir a população que foi às ruas contra essa medida”, avaliou o dirigente.
A manifestação cobriu as ruas do centro de São Paulo com palavras de ordem contra o aumento da tarifa. Uma assembleia na concentração da atividade decidiu, democraticamente, o percurso da passeata que seguiria pela República, até a Consolação e, por fim, até a Praça do Ciclista.
Os trabalhadores organizados na CSP-Conlutas, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, o movimento estudantil, representado pela Anel e Juntos, movimento contra as opressões, representado pelo Quilombo Raça e Classe e Movimento Mulheres em Luta, se somaram ao protesto e deram a ele tom classista. Exigiam além da revogação do aumento da passagem, a readmissão dos metroviários demitidos na última greve da categoria, protestavam contra as demissões na Volkswagen e também contra a extinção do ofício dos cobradores de ônibus.
Com as palavras de ordem “É estudante, cobrador, metroviário, abaixo a tarifa e aumenta meu salário”, unificaram as categorias em luta em uma única bandeira.
Altino, durante a manifestação destacou que o ato era um reflexo de junho, contra a tarifa imposta pelo prefeito e governador de SP. “O prefeito e o governador em conluio combinaram o mesmo aumento. O anunciaram durante as férias escolares apostando que isso iria desmobilizar, mas ocorreu o oposto. A população foi às ruas mostrar que esta disposta a resistir ao aumento”, disse o dirigente.
Próximo ato contra o aumento
O Movimento Passe Livre já convocou o próximo ato contra o aumento da passagem para sexta-feira (16). A CSP-Conlutas, que junto a outros movimentos participou com sua coluna combativa, se somará ao protesto. “Vamos levar os trabalhadores novamente às ruas e mostrar que mesmo com a repressão não nos intimidarão”, disse Altino.
Fonte: CSP-Conlutas