Corte nas horas extras, PDV e assédio moral. Esta foi a pauta da reunião do Sinditest com a Reitoria e a direção do Hospital de Clínicas. O encontro, realizado na tarde da última segunda-feira (13), contou com a participação de representantes da base e teve por objetivo abrir a negociação com a administração sobre assuntos que estão no topo das prioridades e preocupações dos trabalhadores e trabalhadoras da Funpar/HC.
O sentimento de discriminação em relação às outras categorias, o atraso nos salários, a boataria, o assédio permanente: tudo isso faz com que este grupo se considere preterido frente às decisões da gestão, que se comprometeu em realizar reuniões mensais com o sindicato e semanais com os setores. A primeira delas acontece no dia 24 de março, onde o acordão com o Ministério Público do Trabalho entrará em pauta.
Para a coordenadora de comunicação e imprensa do Sinditest, Carla Cobalchini, é preciso mais transparência e critério nas decisões. “Se existe alguma perspectiva de PDV, de acertos para aposentados e aposentadas, então por que não fazer na mesa? A gente pode avaliar na assembleia, trazer um posicionamento para a Reitoria e tentar chegar nos termos disso. Todo mundo esta preocupado com a situação do hospital.”
Hora Extra
O corte nas horas extras pegou os trabalhadores e trabalhadoras da Funpar/HC de surpresa. Para a administração, este pagamento adicional tem causado um impacto muito grande nas finanças do hospital. A Reitoria alega uma dívida de mais de R$40 milhões, que cresce ao ritmo de R$ 3 milhões todos os meses. “Ou pagamos as horas extras ou o salário. A balança é essa. Vamos ter que resolver o problema das horas extras com o concurso da EBSERH, só assim vamos conseguir estancar um pouco do dinheiro. Precisamos achar uma solução urgente para isso”, afirmou a Diretora Administrativa da instituição Mônica Evelise Silveira.
Entre os trabalhadores e trabalhadoras, é consenso que este corte vai gerar ainda mais sobrecarga e atraso nos processos. “Precisamos levar em conta que o quadro da Funpar é pequeno e que as demandas aumentam todos os dias. Agora, chega no horário os(as) trabalhadores(as) que antes ficavam duas horas a mais resolvendo os problemas do hospital tem que ir embora. Inúmeras consultas precisam ser remanejadas na Central de Atendimento, os(as) pacientes estão reclamando. O(a) funcionário(a) da Funpar já trabalha em número diminuído, mesmo com a hora extra”, relembrou uma das coordenadoras do Sinditest Carmen Luiza Moreira.
Vale ressaltar, que o corte gera outro problema ainda mais grave: a saúde do(a) trabalhador(a) fica comprometida quando se exige mais do que atualmente é feito. Mais uma vez, são os(a) funparianos(a) os primeiros a pagar o preço das péssimas administrações do HC.
PDV
O PDV é especulação, garante a Reitoria. O burburinho causado por uma lista que tem circulado nos corredores do hospital sobre um possível programa de demissão voluntária não passa de boato. A linha cruzada entre os(as) chefes de setor e a alta direção do hospital gerou insegurança, fofoca, estresse e encheu de esperança aqueles(a) que não aguentam mais trabalhar no HC nas condições atuais. “Já estamos em um ambiente que não é saudável e agora um administrador causa um pandemônio na cabeça das pessoas. Onde é que a gente vai parar? Os(as) trabalhadores(as) dizem que estão sendo assediados pela nova gestão”, denunciaram as representantes da base.
“A gente está suando pra juntar dinheiro, porque sabemos que as indenizações são altas. Isso só vai acontecer quando a verba entrar. Ninguém vai ser pego de surpresa e não há motivo para estresse agora”, afirmou o reitor professor Ricardo Marcelo. “Quando for o caso e quando for o tempo vamos colocar isso na mesa, junto com o sindicato”.
Assédio Moral
Reclamação recorrente, o assédio moral dentro do HC cresce a cada dia. Os(as) profissionais estão cansados(as) e se sentem muito desvalorizados(as). “Esta muito difícil de trabalhar lá dentro, estamos sendo assediados não somente pelas chefias, mas por colegas de serviços novos. Queremos uma posição da direção mais concreta em relação ao pessoal da Funpar. Nós temos que ser mais valorizados, somos a experiência do HC. Tenho maior prazer de ensinar o que eu sei para o pessoal novo, mas é preciso motivar o pessoal da Funpar para que dê esse suporte. A experiência que nós temos do HC é a base para esse pessoal que esta entrando. Em momento nenhum estamos sendo valorizados. Motivem esse pessoal, vocês vão ter um HC lá em cima novamente”, desabafou uma trabalhadora da base.
O Sinditest acompanha de perto os casos denunciados e exige da administração uma postura mais firme frente aos assediadores. Não vamos permitir nenhum direito a menos!
Silvia Cunha
Assessoria de Comunicação e Imprensa Sinditest-PR