“A greve é uma liberdade da categoria, uma decisão soberana da plenária. Respeito todas as greves com as quais nós convivemos”, afirmou o reitor da Universidade Federal do Paraná, Zaki Akel Sobrinho, durante entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira (11). “Como dirigente, tenho que administrar a manutenção das atividades mínimas, isso é previsto em lei. Obviamente, não ficamos felizes quando há uma greve que afeta o nosso hospital – entendemos que ali deveria se avançar na regulamentação da greve na questão da saúde. Estamos acompanhando a paralisação das demais categorias, temos uma agenda marcada com o SINDITEST para a próxima semana”.
Para Zaki, as reinvindicações das técnicas e técnicos administrativos, que lutam contra à PEC 55, a Reforma do Ensino Médio e demais ataques à classe trabalhadora, são pautas nacionais. “A pauta local tem sido trabalhada e discutida. Não tenho registro de grandes prejuízos às atividades. O sindicato tem feito um trabalho para manter as atividades essenciais, não está fazendo boicote, não estão havendo piquetes. Esta sendo uma greve pacífica e dentro dos limites da normalidade”, reforçou.
A direção do SINDITEST reafirma que faz o possível para não prejudicar a população, garantindo o percentual mínimo exigido por lei. No Hospital de Clínicas, trabalhadores e trabalhadoras sofrem, diariamente, com a falta de insumos e de condições de trabalho. A luta desses profissionais é legitima e em prol da população usuária deste serviço.
EBSERH
Na ocasião, o reitor anunciou aos jornalistas a contratação de 190 profissionais pela EBSERH. Começam a atuar no HC, a partir do dia 1º de dezembro, 49 médicos, 18 enfermeiros, 51 técnicos de enfermagem, 10 técnicos de outras áreas da saúde, 13 administrativos de nível superior e seis técnicos de nível médio. Vale ressaltar, que abertura dessas vagas foi consequência de uma pré-interdição do Conselho Regional de Medicina, que exigiu um posicionamento da administração do hospital quanto à falta de recursos humanos, financeiros e de equipamentos.
FUNPAR
Perguntado sobre como fica a situação dos trabalhadores do Hospital de Clínicas contratados pela Funpar, Zaki não hesitou: “Me comprometi com esta comunidade, que enquanto nós estivéssemos na reitoria, ninguém seria demitido. Cumprimos à duras penas com este compromisso”. A ‘bomba’ agora passa para o próximo Reitor.
Ocupações
De acordo com a reitoria, a data limite para a desocupação dos oito prédios da Universidade Federal ocupados pelos estudantes acaba no dia 20 de novembro – uma semana antes da realização da segunda fase do vestibular, agendada para os dias 27 e 28. “As ocupações já cumpriram o papel, já chamaram a atenção para a causa”.
Como alternativa às ocupações, o reitor propôs a desocupação em troca de ‘uma grande mobilização social’, com a realização de dois seminários públicos, um sobre a PEC 55 e outro sobre a MP 746 (Reforma do Ensino Médio), posicionamento reforçado em nota oficial: “a UFPR planeja uma reunião temática do Conselho Universitário (COUN), para debater e tirar uma posição oficial institucional da UFPR perante a PEC e a MP, objetos deste movimento de resistência nacional”.
Silvia Cunha,
Assessoria de Comunicação e Imprensa do SINDITEST-PR