Com a presença de mais de 450 participantes, teve início na manhã de segunda-feira, 25, o 35º Congresso do Andes-SN. Instância máxima de deliberação do Sindicato Nacional, o Congresso ocorre na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em Curitiba, até sábado, 30. Durante o evento, docentes de todo o país definirão a centralidade da luta e os planos de lutas da entidade para 2016.
Em suas falas, os dirigentes de diversas entidades ressaltaram a capacidade de organização do Sindicato Nacional como um exemplo de luta em defesa da educação pública e também dos direitos da classe trabalhadora.
Jordan Pereira, do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), ressaltou a importância do Andes-SN no Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais, e seu aprendizado com a mobilização dos docentes. “A capacidade de organização dos professores em defender os trabalhadores e a qualidade da educação faz com que esse país não saia dos trilhos de vez. Continuem com a capacidade de organização e luta que vocês têm. O Andes-SN é exemplo para todos nós”, saudou Pereira.
Representando a CSP-Conlutas, Paulo Barela destacou que o 35º Congresso se realiza num momento bastante difícil para a classe trabalhadora, com o agravamento da crise econômica mundial. “O Congresso, ao mesmo tempo em que é realizado numa cidade emblemática, em função da luta desenvolvida pelos servidores públicos, sobretudo pelos professores, e que se consagra numa campanha pelo ‘Fora Beto Richa’, também se coloca num cenário de muitos ataques”, ressaltou.
Barela lembrou ainda que o Governo Federal anuncia uma nova reforma da Previdência, que, combinada com as reformas de 1998 e de 2003, vai aprofundar o ataque à aposentadoria dos trabalhadores, principalmente das trabalhadoras, já que se pretende elevar a idade de aposentadoria para 65 anos e igualar homens e mulheres, como se, no sistema capitalista, as mulheres não fossem muito mais exploradas que os homens.
“Nós entendemos que as resoluções deste Congresso certamente serão resoluções que vão responder a essa política do governo e vão armar a luta dos docentes no sentido de, em unidade com os demais servidores públicos e com os trabalhadores em geral, fortalecer a CSP-Conlutas, que é a alternativa independente dos trabalhadores hoje, e também fortalecer o terceiro campo, a partir do Espaço Unidade de Ação, que já tem elaborado algumas propostas, com a realização de uma grande marcha ainda nesse primeiro semestre, sem data definida”, concluiu.
Edson Fagundes, presidente da Seção Sindical do Andes-SN dentro da Universidade Tecnológica (SindUTFPR), afirmou que a realização do 35º Congresso na UTFPR é importante neste momento, pois a seção sindical completa 25 anos e enfrenta um processo de expansão da Universidade, com a ampliação de 13 para 14 campi. “Então, o Congresso é importante para organizar a própria seção sindical e motivar a militância, também pela própria história do Andes-SN, que são 35 anos de lutas não só pelos professores, mas em prol da classe trabalhadora, e especialmente pelo contexto do Paraná e de tudo que aconteceu nesses últimos doze meses, envolvendo especialmente os professores da rede pública”, comentou.
Em sua fala, o presidente do Andes-SN, Paulo Rizzo, também destacou os 35 anos do Sindicato Nacional, comemorados em fevereiro deste ano. A data está sendo marcada no Congresso com uma exposição de registros fotográficos da história da entidade. Rizzo ressaltou ainda a luta dos docentes do Paraná, como um dos exemplos de enfrentamento à retirada de direitos, assim como a mobilização dos estudantes de São Paulo e Goiás, com as ocupações das escolas, e recentemente as manifestações contra o aumento da tarifa de transporte público, que mostram que os movimentos estão nas ruas em defesa de seus direitos e respondendo aos ataques.
Rizzo destacou também a grande participação dos docentes no 35º Congresso. “Estamos com a expectativa de boas discussões durante o Congresso, pois ele ocorre num momento em que o Andes-SN, a partir de sua base, discutirá e encaminhará orientações precisas para enfrentar a conjuntura difícil que se apresenta para 2016”, avaliou.
Fonte: Andes-SN.