Uma multidão de mais de 150 mil manifestantes tomou a Esplanada dos Ministérios contra o governo ilegítimo de Michel Temer e suas reformas da Previdência e Trabalhista, no histórico dia 24 de maio, última quarta-feira. A realização de eleições diretas também foi pauta do protesto Ocupa Brasília, convocado pelas centrais sindicais, entre elas, a CSP Conlutas, à qual o Sinditest é filiado. O sucesso da mobilização sindical e popular fortaleceu o chamado pela greve geral de 48 horas, que deve ser deflagrada na semana de 26 a 30 de junho.
O ato foi duramente reprimido pela tropa de choque da Polícia Militar, com bombas de gás lacrimogênio, gás de pimenta e tiros de bala de borracha. As forças de repressão também fizeram uso de helicópteros e da cavalaria para intimidar os(as) manifestantes. Temer chegou a convocar as Forças Armadas contra a população civil, que exercia seu direito legítimo de manifestação.
Para Carlos Pegurski, um dos coordenadores gerais do Sinditest, apesar da repressão brutal, a Marcha foi vitoriosa. “Primeiro pelo número de pessoas, segundo porque o retrocesso da retirada de direitos é tão nítido que mesmo os setores mais burocratizados do movimento sindical foram obrigados a levar sua base pro Ocupa Brasília”, afirmou.
Ele completa: “Quem foi para o ato percebeu que o SINDITEST foi uma referência na resistência, pela disposição de enfrentamento e por munir os/as trabalhadores/as para isso com máscaras, vinagre, leite de magnésio, sinalização e etc”.
Ato
Caravanas de todo o Brasil se dirigiram à capital federal para protestar contra as reformas de Michel Temer. A base do Sinditest encheu dois ônibus, um saiu de Curitiba, e outro, do interior do Paraná.
A concentração teve início cedo pela manhã, no estacionamento do Estádio Mané Garrincha. Ao meio-dia, começou a marcha de quatro quilômetros pelo Eixo Monumental rumo ao Congresso Nacional.
Estudantes universitários(as) e secundaristas, trabalhadores(as) e membros de movimentos sociais e sindicais pediam o “Fora Temer” e as “Diretas Já”. Faixas, cartazes, bonés, camisetas, caminhões de som e instrumentos de percussão compunham o material usado pelos(as) manifestantes.
“A CSP Conlutas de conjunto, o MTST e setores da juventude e de outros campos do movimento sindical e popular foram fundamentais pra garantir o ato e o enfrentamento”, destacou Pegurski.
Repressão
Quando chegou próximo ao Congresso Nacional, o ato começou a ser duramente reprimido. Bombas de gás eram lançadas inclusive sobre os caminhões de som, atingindo dirigentes sindicais.
Segundo informações da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal, o efetivo inicial presente no ato foi de 3 mil policiais, 89 viaturas e duas aeronaves, além de policiais civis e agentes do Departamento de Trânsito.
Outros 1300 militares do Exército, Marinha e Aeronáutica se posicionaram na Esplanada dos Ministérios após decreto da presidência que autorizou emprego das Forças Armadas para “Garantia da Lei e da Ordem, no Distrito Federal”.
De acordo com a FASUBRA, o Hospital de Base de Brasília atendeu 49 pessoas, das quais 30 eram manifestantes. Alguns corriam riscos de perder membros e ter cegueira permanente, dentre outras sequelas dos ataques. Uma pessoa foi baleada por arma de fogo e socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Um estudante de Santa Catarina teve dedos amputados devido à explosão de uma bomba. Houve sete detenções.
Luisa Nucada,
Assessoria de Comunicação e Imprensa do Sinditest-PR.