“Para salvar o seu mandato, a presidenta Dilma lançou o PLP 257, que nos ataca, mas agrada empresários e agrada banqueiros.” A afirmação é do membro da executiva estadual da CSP-Conlutas Rodrigo Tomazini. Ele esteve nesta quinta-feira, 14, no anfiteatro 100, do Setor de Educação da UFPR, para falar aos técnicos administrativos sobre o novo projeto de lei complementar do governo federal.
Tomazini, que também é funcionário administrativo da rede estadual de ensino do Paraná, esteve na linha de frente dos protestos que culminaram na chamada “batalha do Centro Cívico”, em 29 de abril de 2015, quando o governador Beto Richa sequestrou os recursos do Paranaprevidência, uma espécie de poupança para as futuras aposentadorias dos servidores públicos do estado. Tomazini foi taxativo ao afirmar: “Esse projeto é pior do que aquele, do Beto Richa”.
O Projeto de Lei Complementar 257/2016 (PLP/16), chamado oficialmente pelo governo de “Plano de Auxílio aos Estados e ao Distrito Federal”, prevê a renegociação da dívida dos estados com a União, mas para tanto exige contrapartidas como o congelamento de reajustes salariais acima da inflação, a suspensão de novas contratações para o funcionalismo, o aumento da alíquota da contribuição para a Previdência e, no limite, até mesmo um Plano de Demissões Voluntárias (PDV) para o funcionalismo público.
Para Tomazini, a continuada cobrança da dívida dos estados pela União é “agiotagem pura”. Ele cita o exemplo do Paraná. De acordo com ele, à época da venda do Banestado, o governo do estado tomou um empréstimo de R$ 5 bilhões do Executivo nacional para sanear o banco, que acabou vendido por um R$ 1 bilhão, a fim de ser abatido da dívida. Dali até hoje, de acordo com os números apresentados por ele, R$ 10 bilhões já foram pagos, mas ainda assim o déficit encontra-se em R$ 9 bilhões atualmente.
“Essa dívida já foi paga. Duas, três, quatro vezes. Vamos parar. Vamos investir esse dinheiro em saúde, educação, moradia, e essa crise que vivemos hoje desaparece”, recomendou. “Não temos que ter nenhuma confiança nem em Dilma, nem em Temer, nem em Aécio, mas na nossa organização. Temos que organizar uma greve geral.”
Para José Carlos de Assis, da diretoria do Sinditest-PR, o funcionalismo público precisa puxar a luta contra os ataques governamentais aos trabalhadores. “Se eu fosse de uma empresa privada, não estaria aqui na frente falando agora. Porque amanhã eu estaria na rua. Por isso eles nos atacam.”
Comissão para as eleições da reitoria
Após a discussão sobre o PLP 257, os técnicos elegeram a comissão que conduzirá o processo eleitoral que escolherá o novo reitor da UFPR. Duas chapas se candidataram, num pleito por composição. Com 50 votos, a chapa ligada ao Sinditest-PR indicou para a comissão as titulares Rufina Rodrigues e Celsina Alves Favorito. Com 44 votos, a chapa de oposição apontou o servidor José Olivir de Freitas Junior.
Sandoval Matheus,
Assessoria de Comunicação do Sinditest-PR.