Servidores da UFPR em assembleia de greve, na semana passada.
O não-pagamento de cerca de 2,4 mil bolsas-permanência para estudantes da UFPR nesta segunda-feira, 08, não pode ser colocado na conta dos servidores técnico-administrativos que estão em greve, conforme dão conta os boatos que correm pela universidade. “Tradicionalmente, o movimento grevista nunca deixa de fazer pagamentos. Isso nunca aconteceu. Nunca. Jamais. Nem o pagamento dos trabalhadores, nem as bolsas para os estudantes”, esclarece Márcio Palmares, um dos diretores do Sinditest.
De acordo com informações da Coordenadoria de Assistência Estudantil, as bolsas-permanência são pagas até o quinto dia útil de cada mês. Como o feriado de Corpus Christi, na semana passada, gerou um recesso de dois dias, isso dá tempo para que o auxílio seja quitado até amanhã, terça-feira, 09. A parte burocrática já teria sido resolvida pela Coordenadoria, faltando apenas a efetivação do depósito.
Embora o não-pagamento das bolsas até esta segunda-feira não possa ser tido como um atraso, na UFPR o financiamento estudantil dá mostras de estar cada vez mais fragilizado. Os auxílios-moradia e refeição correspondentes ao edital aberto em janeiro deste ano, por exemplo, ainda não foram liberados. A coordenadora de Assistência Estudantil, Maria Aparecida Zanetti, diz que a responsabilidade é do Governo Federal. “Nós estamos esperando a aprovação do orçamento. Nós ainda não sabemos o orçamento que vamos ter este ano”, explica.
Os cortes financeiros promovidos pelo Governo Dilma na área da educação também podem ser sentidos nas refeições servidas no Restaurante Universitário. De acordo com relatos de estudantes, há uma semana o cardápio não inclui carne. “E ao contrário de outros reitores, que fizeram um manifesto repudiando isso e falando abertamente da situação, o reitor Zaki Akel está em silêncio. Ele fez campanha para a Dilma”, dispara Márcio Palmares.
Sandoval Matheus
Assessoria de Comunicação do Sinditest