“Não quero saber como, mas nós vamos resolver o problema da creche”, afirma representante da Reitoria

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É critica a situação da creche Pipa Encantada. Em reunião realizada ontem, dia 11, mães e pais de alunos(as) cobraram da Reitoria esclarecimentos sobre o fechamento das turmas de Pré I e Pré II, anunciado pela direção da escola para o próximo ano. A discussão, realizada na sede administrativa do Sindicato, também teve por objetivo a construção de alternativas para a sua continuidade.

“A creche não é só um serviço para os filhos e filhas dos(as) trabalhadores(as), mas é o que muitas vezes garante que as servidoras e servidores continuem trabalhando”, relembrou Carla Cobalchini, coordenadora do Sinditest e mãe de uma aluna da Pipa.

Para Paulo Ricardo Opuszka, chefe de Gabinete da Reitoria, ela é um direito fundamental ligado ao trabalho. “Temos três regimes aqui dentro do hospital – RJU, Funpar e EBSERH – e a responsabilidade recaindo sobre o empregador de cada regime. Não quer dizer que nós não vamos resolver o problema, mas este é um ponto importante para se pensar. O nosso compromisso é resolver a situação da creche”, garantiu.

Entenda a situação

Há 29 anos, a Pipa Encantada atende aos filhos e filhas dos trabalhadores e trabalhadoras do Hospital de Clínicas. A instituição, que é fruto da luta destes profissionais, sofre com a falta de professores(as), todos(as) contratados(as) pela Funpar. A creche, notificada pela Prefeitura no ano passado, precisa regularizar o seu quadro  para que as atividades sejam mantidas.

“As professoras estão em fase de aposentadoria. Temos hoje faltando quatro professoras no período da manhã e cinco professoras no período da tarde, isso para este ano, 2017. A legislação exige dois professores por sala de aula. Hoje o nosso problema é exclusivamente a falta de professores(as)”, explicou a diretora da creche.

Ela completa: “a gestão passada mandou um ofício prevendo o encerramento das turmas de Pré I e Pré II, crianças na faixa de 4 a 5 anos, pelo fato de não haver previsão de contratação de novos profissionais. Nós não compactuamos com essa decisão. Não cogitamos esta hipótese”.

Hora extra

O problema foi agravado com a proibição das horas extras pela Funpar. “Ano passado conseguimos dar conta com hora extra, o planejamento não parou. A professora da manhã ficava também no turno da tarde, fazia o planejamento, participava do horário de permanência. Este ano não tivemos nem condição de alguém da tarde vir fazer hora extra. Nós somos todos do quadro da Funpar e só podemos agora duas horas por dia de hora extra”.

Terceirização de professores

Uma das hipóteses levantadas pela administração foi a contratação de professores(as) terceirizados(as) para “remediar” o problema. Os pais são contra. “O trabalho desenvolvido pelo professor é a médio e longo prazo. Não dá pra terceirizar. A gente vê na limpeza, na segurança, que os profissionais não sabem se vão continuar dali dois ou três meses. Como que a gente vai trabalhar isso com os alunos? Eu, particularmente, acho que essa é uma solução possível, porque agora tudo pode ser terceirizado, mas é inviável para a proposta que a Pipa tem. Tem que ser professor(a) concursado(a)”.

Solução

Reitoria e direção da Pipa Encantada correm agora contra o tempo para colocarem em prática as deliberações da reunião. “Temos que negociar duas coisas objetivamente até o dia 31 de maio: cessão da prefeitura ou terceirização com data marcada para acabar. Para o médio prazo, a entrada do fundo seja pelo vestibular ou pelo projeto pedagógico de pesquisa da Ebserh. E em longo prazo concurso público”.

Uma nova reunião sobre o assunto, considerado prioritário para todos os envolvidos, está marcada para o dia 10 de maio. Leia aqui a carta-convite elaborada para as mães e pais da Pipa Encantada.

Silvia Cunha,
Assessoria de Comunicação e Imprensa Sinditest-PR

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