Não esqueceremos! Atos marcam 3 anos da violenta desocupação do Pinheirinho

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Manifestações vão acontecer em frente à antiga ocupação, na região sul

Esta quinta-feira, dia 22 de janeiro, marca três anos da violenta ação de desocupação do Pinheirinho, que deixou cerca de 1.800 famílias sem moradia em São José dos Campos.

Para relembrar a data e reforçar a luta por moradia e justiça, serão realizados dois atos. O primeiro acontece pela manhã, em frente ao terreno da antiga ocupação, no Centro Poliesportivo Fernando Avelino Lopes (R. Walter Dallu, s/n, Campo dos Alemães). Já o segundo, que acontece às 17h, foi convocado pela pela Frente de Luta pelo Transporte, para reivindicar, além da pauta das famílias do Pinheirinho, a revogação do aumento das passagens de ônibus.

Na madrugada do dia 22 de janeiro de 2012, mais de dois mil policiais e um aparato de guerra, incluindo helicópteros, cavalaria e tropa de choque, cercaram a área para expulsar 1.800 famílias de suas casas.

Por isso, nesta quinta-feira, os trabalhadores vão às ruas para exigir indenização às famílias do Pinheirinho, reajuste do aluguel social – congelado desde a desocupação – e agilidade nas obras do conjunto Pinheirinho dos Palmares, onde os ex-moradores da ocupação terão finalmente direito à casa própria.

“A luta contra o aumento da passagem é parte da luta pelo direito à cidade. R$ 3,40 é um preço absurdo, dificulta a locomoção dos trabalhadores, que terão dificuldades para pagar. Tanto o aumento da passagem, quanto a violenta desocupação do Pinheirinho são ataques que só aumentam a exclusão social e limitam o direito das pessoas à cidade e à moradia”, afirma Danilo Zanelato, da Anel (Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre).

3 anos depois, a luta continua

No dia 26 de fevereiro de 2004, centenas de famílias ocuparam o Pinheirinho. A área, de propriedade do megaespeculador Naji Nahas, estava abandonada há 30 anos. A ocupação foi resultado da falta de uma política habitacional da Prefeitura para pessoas de baixa renda. Muitas daquelas famílias já estavam inscritas há anos na fila da casa própria, mas nunca foram chamadas.

Com o passar dos anos, a ocupação cresceu e se tornou um “bairro”, com casas, comércio, ruas, pequenas plantações, igrejas e, principalmente, moradores organizados e dispostos a lutar por suas casas. Eram cerca de 2 mil famílias.

No entanto, no dia 22 de janeiro de 2012, a Tropa de Choque da PM, sob o comando do governador Geraldo Alckmin (PSDB), invadiu a área e retirou todas as famílias de suas casas. Tudo foi destruído, 1.800 famílias perderam tudo naquele dia.

Após a retirada das famílias, o terreno voltou a ser um terreno baldio, utilizado apenas para especulação.

Com muita luta, os ex-moradores do antigo Pinheirinho forçaram o governo a construir um novo conjunto habitacional para as vítimas daquela terrível violência. No entanto, a obra que deveria ser entregue em 2015, encontra-se parada e há o risco das casas não serem entregues este ano, como foi prometido.

“A luta do Pinheirinho continua viva. Por isso, vamos participar dos atos e exigir agilidade nas obras do conjunto habitacional para os ex-moradores, reajuste no aluguel social e a indenização das famílias que passaram por aquela violência. Vamos aos atos para que casos de violência como esta não voltem a acontecer”, afirma o diretor do Sindicato José Donizetti de Almeida.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos

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