De azul, a representante da Fasubra, Vânia Helena Gonçalves.
A representante da Fasubra na Comissão Nacional de Supervisão de Carreira, Vânia Helena Gonçalves, reiterou, na semana passada, em um painel em Curitiba, que a maioria dos avanços na carreira dos técnicos administrativos até hoje foram obtidos com greves. “É uma coisa que nós precisamos admitir”, disse.
Um exemplo disso, de acordo com ela, é a portaria que trata da liberação de técnicos administrativos para a pós-graduação. O documento já foi aprovado na Comissão Nacional, que conta com representantes do governo, mas no momento está parada em alguma gaveta do Executivo. “Esse é um dos grandes problemas. Nós resolvemos a coisa na mesa de negociação, mas ela acaba travada pelo governo”, lamentou.
Vânia veio a Curitiba a convite do Sinditest-PR, na quarta-feira, 15 de julho, para um painel sobre a carreira dos técnicos administrativos. O evento compôs a agenda de atividades formativas da greve. Assista abaixo ao vídeo com a íntegra do painel.
No painel, Vânia levantou temas como a progressão de carreira, a possibilidade do técnico substituto e a atual proposta de implementação da gratificação por reconhecimento de saberes e competências (RSC). “Essa proposta é direcionada para o chefe. Há vários critérios muito difíceis de serem alcançados por quem não tem um cargo de gestão”, criticou. “O sistema atual é mais democrático do que o RSC, como está colocado. Eu não preciso ser amigo do chefe para entrar no mestrado ou no doutorado. É claro que não é fácil, mas eu não preciso.”
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Para Vânia, o grosso da categoria precisa se envolver mais em discussões como essa. “O RSC é um debate que a gente precisa aprofundar. Não podemos ser atropelados pelos reitores e diretores. Se vier deles, a gente vai perder.”
Sobre o atual baixo número de servidores que conseguem ser dispensados para cursar pós-graduação, Vânia acredita que a figura do técnico substituto pode solucionar parte do problema. “Pode não ter afastamento porque não tem gente para colocar no lugar. Não podemos ser contraditórios, querer uma coisa e não dar condições e mecanismos para que ela aconteça.”
Esse debate, no entanto, não está fechado dentro da categoria. A própria representante da Fasubra admite que a atual proposta é muito ampla ao prever a utilização do técnico substituto para ocupar a vaga de quem se afasta para cargos de chefia. Para Weslei Trevizan Amâncio, da UTFPR de Londrina, o técnico substituto pode significar a precarização do trabalho. “Nossa preocupação é que o técnico substituto vire uma coisa permanente e regular, e gere uma terceirização vertiginosa”, pontuou ele.
Quanto à reversão da atual regra para a progressão de carreira, que acabou com a progressão automática – por exemplo, do nível 1 para o nível 4 – Vânia disse duvidar que, no momento, esse debate possa ser vencido junto ao Ministério da Educação. “Não tem acordo”, observou.
O governo defende que a progressão de carreira seja feita um nível por vez, e que entre eles haja um intervalo de pelo menos 18 meses. A posição encontra respaldo em parte da Fasubra. “Algumas pessoas entendem que a carreira foi feita para andar lentamente, para que não se chegue numa situação em que o servidor não tem mais pra onde evoluir”, explicou. “Nosso maior problema não é a progressão, é a tabela salarial, que é muito baixa”, finalizou ela.
Assista à integra do painel:
Sandoval Matheus,
Assessoria de Comunicação do Sinditest-PR.