Mulheres negras celebram o 25 de julho: dia de Tereza de Benguela e da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha

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Um dia que simboliza a luta e a resistência das mulheres negras. Desde 2014, comemora-se no Brasil, sempre em 25 de julho, o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. A data homenageia uma heroína, que esteve à frente do comando da maior comunidade de libertação de negros e indígenas do estado do Mato Grosso. Foram quase 20 anos enfrentando – de cabeça erguida e com muita coragem – a coroa portuguesa. Hoje, o legado de Tereza é espelho e inspira outras mulheres a seguirem firmes rumo à emancipação. Também se celebra, há 26 anos, o Dia da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha. Em todo o Brasil, centenas de mobilizações trazem a questão racial e de gênero para o centro dos debates.

“O dia de hoje é muito importante. Sabemos que a maioria dos lares brasileiros são chefiados por mulheres negras, principais vítimas das medidas de austeridade tomadas pelo governo Temer. São elas as que mais sofrem as consequências dos ataques à classe trabalhadora, como a lei da terceirização e a Reforma Trabalhista. Combater o racismo, a desigualdade salarial e todo o tipo de discriminação está no cerne desta gestão”, afirma Mariane Siqueira, coordenadora da Fasubra e de administração e finanças do Sinditest.

Desigualdade

Os números evidenciam as desigualdades: mulheres negras têm o dobro de chances de serem assassinadas, são a maioria entre as mortas por ações violentas do estado, recebem cerca de 60% menos que um homem branco.

“Não podemos esquecer que são elas as que mais sofrem com a violência. A violência doméstica, da polícia, a violência sobre seus corpos, a violência institucionalizada e estatal. O caso Marielle está aí para provar que para o Estado a vida da mulher negra não vale nada. Já se passaram mais de 100 dias e até agora continuamos sem resposta, mesmo com toda comoção e pressão popular em torno do caso”.

Combate às opressões

O Sinditest, por meio da coordenação de Combate às Opressões, leva para a base a temática e trabalha para que situações discriminatórias sejam banidas do ambiente laboral. Para isso, investe na formação de seus(suas) funcionários(as) e fomenta o enfrentamento ao racismo entre os membros da base. No encontro de mulheres deste ano, por exemplo, trouxe Ivanilda Reis, coordenadora da Fasubra, para falar sobre vidas negras na periferia. Promoveu ainda assembleias temáticas e estimulou a denúncia deste tipo de crime.

“Sabemos que ainda há muito o que ser feito. Este precisa ser um debate constante. A presença de mulheres negras no movimento sindical e na própria política ainda é muito pequena. Precisamos nos fortalecer e nos organizar para mudarmos essa situação de disparate no que tange o acesso aos direitos. As mulheres negras precisam ocupar todos os espaços”, reforça Mariane, que faz um chamado para as trabalhadoras da categoria: “Mulheres, o sindicato está aberto para construção coletiva das nossas bandeiras de luta!”.

Julho das Pretas

No Paraná, a programação do Julho das Pretas, continua a todo o vapor com a realização de palestras, eventos que celebram a negritude e de uma grande marcha no domingo, dia 29, a partir das 14 horas, com saída em frente ao Armazén da Família, no bairro Parolin. O Sinditest apoia a iniciativa e convida as trabalhadoras da base a endossarem a mobilização.

Clique aqui e confira a programação completa do Julho das Pretas.

 

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