Massacre em Orlando: transformar o luto em resistência
A madrugada de Orlando-EUA foi manchada de sangue no último domingo. Com 49 mortos , e 53 feridos, o ataque partiu de um homem armado com um fuzil AR-15 dentro da boate Pulse e durou quase três horas.
Esse horror difícil de narrar, ganhou versões de ataque terrorista e de insanidade. Em verdade, a arma que o atirador Omar Mateen utilizou estava carregada de LGBTfobia, de xenofobia e da cultura da violência. Traços de uma sociedade capitalista que se beneficia das divisões entre os trabalhadores.
Para o ativista Carlos Daniel, do setorial de LGBT da CSP-Conlutas: “Pessoas que fazem isso estão imbuídas de ódio. Claro que a religião pode influenciar, e não só por parte dos fundamentalistas, também pelo Vaticano, mas não se trata de terrorismo, se trata de um ato de ódio. E quando dizem que poderia ter acontecido com ‘qualquer um’, vale lembrar que quando um atirador invade uma igreja, é para matar negros, quando um atirador invade uma boate, é para matar LGBTs, quando acontece um estupro coletivo, a vítima é a mulher. Os alvos são os grupos de minorias”.
O ódio que moveu esse assassino está presente no cotidiano da sociedade, toda vez que permitimos que o preconceito se reproduza. Infelizmente, o massacre de Orlando não é um episódio isolado. O Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. As redes sociais são instrumentos de organização da luta mas também expressam esse preconceito: comentários contra LGBTs estão presentes nas postagens sobre o massacre e chegam a afirmar que o atirador mereceria uma medalha pelo que fez.
Pelos 49 mortos, resistiremos!
Contra toda essa expressão de preconceito, o setorial LGBT da CSP-Conlutas organiza um ato de protesto ao massacre de Orlando na próxima quarta-feira (15) às 19h em São Paulo.
A Direção do Sinditest presta solidariedade às vítimas desse massacre e se somará aos lutadores que tomam as ruas contra todas as formas de opressão!