O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou ontem (19) a recomposição do orçamento das universidades federais do país, que haviam sofrido cortes durante os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). O aporte foi de R$ 2,44 bilhões, segundo o ministro da Educação, Camilo Santana.
A medida foi anunciada em um ato com reitores no Palácio do Planalto, que contou com a presença de parlamentares, sindicalistas e estudantes. Ricardo Marcelo, gestor da UFPR e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), esteve presente na cerimônia.
Os recursos serão destinados para o custeio das instituições, como pagamento de contas de água, luz e internet, além de investimentos em infraestrutura, pesquisa e extensão. De acordo com Santana, o governo também vai trabalhar para recompor os quadros de servidores e docentes das universidades, que perderam mais de 500 cargos vetados no orçamento deste ano.
“A abertura de novos concursos é uma das principais prioridades para a nossa categoria. As técnicas e técnicos das instituições da nossa base, principalmente os trabalhadores e trabalhadoras da UTFPR e do Complexo Hospital de Clínicas, sofrem há anos com sobrecarga de trabalho devido a falta de pessoal”, explicou o coordenador Marcelo Locatelli.
Desmonte da ciência
Os cortes no orçamento das universidades federais começaram em 2016, durante o governo Temer, que reduziu em 45% os recursos para investimentos e em 18% os recursos para custeio. A situação se agravou na gestão Bolsonaro, que aplicou sucessivos bloqueios e contingenciamentos nas verbas destinadas ao ensino superior.
“O governo Lula está no caminho certo, sinalizando para a sociedade a importância da educação e da ciência, tão atacada pelo poder público nos últimos anos. No entanto, esse é só o começo: para avançarmos de fato precisamos que a Emenda Constitucional 95, que congela os gastos públicos por 20 anos, seja revogada”, finalizou Locatelli.