Lula presidente: um novo governo, antigos desafios

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Hoje, 1º de janeiro de 2023, o Brasil dá mais um passo rumo ao resgate da democracia, dos direitos humanos, da inclusão, da tolerância, da nossa soberania. Depois de quatro amargos anos de destruição dos serviços públicos e dos servidores, de negacionismo, de má utilização da máquina pública, de corrupção escancarada, de favorecimento familiar, de descaso com a vida, de ódio às mulheres, aos negros e negras, à população indígena, de carestia, de volta da fome, de inflação, de quase 700 mil mortes, de desmontes em série, de negligencia ambiental, de anticientificismo, de ingerência em todas as áreas e pastas, começamos finalmente a virar a página deste livro.

Em outubro, a classe trabalhadora – a mais prejudicada pelo desgoverno de extrema direita que não apenas empobreceu o seu povo, mas lhe tirou também a cidadania – deu uma resposta nas urnas elegendo Lula presidente, o único candidato capaz de derrubar o bolsonarismo. Ao contrário de sua principal liderança, o ex-presidente Jair Bolsonaro, esta ideologia, que tanto causou e ainda causa mal à imagem e à população do país, insiste em sobreviver.

Os atos golpistas que eclodiram após a confirmação do resultado eleitoral certamente não acabam hoje, mas devem perder força se houver uma resposta assertiva das forças de segurança. Não podemos ser coniventes e nem aceitar tamanha violência como se fosse parte do jogo! É preciso aceitar a derrota.

Aniquilar o fascismo, a intolerância, o preconceito, a violência política endêmica não se resume apenas à troca de quem está no poder. É necessário muito mais. Resgatar a civilidade perpassa por uma transformação social, cultural e, sobretudo, administrativa.

É preciso alterar o modus operandi da gestão pública, que no último mandato presidencial foi administrada sob um espectro de sigilo, de mistério. As brasileiras e brasileiros precisam resgatar a confiança no governo, nas instituições, e para isso se faz necessária a adoção de uma cultura institucional que privilegie a transparência, o debate, o diálogo, que abrace a diversidade, que inclua a população feminina – maioria do eleitorado.

Os desafios para o novo governo são enormes, principalmente pelo retrocesso deixado pelo último presidente. O Brasil, segundo afirmam integrantes da equipe de transição, é hoje terra arrasada. Questões até então superadas, como a fome e o acesso ao ensino superior, voltam a ser problemas urgentes, que demandam intervenções imediatas.

Não será uma jornada fácil, tampouco tudo aquilo que almejamos poderá ser conquistado. No entanto, o novo governo já demonstra que está disposto a tentar. No caso específico da nossa categoria, que vem sendo constantemente ignorada desde a gestão Michel Temer, uma lufada de ar fresco foi dada com a primeira reunião realizada entre a Fasubra, federação da qual o Sinditest-PR faz parte, e a equipe de transição de Lula. Nossas pautas foram apresentadas e serão analisadas pela equipe técnica do novo governo. O diálogo e o acesso aos Ministérios foram restabelecidos.

O fortalecimento dos sindicatos neste período é fundamental para a conquista de nossas reivindicações. Nos últimos quatro anos, a política do medo, do corte de ponto, da repressão violenta às greves, da perseguição a manifestantes e sindicalistas foi uma barreira contundente imposta à organização das trabalhadoras e trabalhadores.

Ao que tudo indica, novos tempos estão surgindo no que tange à possibilidade de manifestação, de exigência de direitos, de articulação e também da liberdade de se opor àquilo que não se acredita ou entende ser melhor naquele momento.

Não seremos acríticos. Nosso papel enquanto agente que representa a nossa categoria é sempre buscar o melhor para a nossa carreira, para o povo e o país. Seguiremos firmes nesse propósito, sempre na luta.

Por fim, reforçamos o nosso desejo de sucesso ao novo governo federal e também aos governadores eleitos nos estados.

Só a luta muda a vida!

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