Líderes religiosos de igrejas evangélicas e católicas protocolaram, na última semana, um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. No documento, elaborado pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, argumentam que a política do governo federal é genocida, que a condução da área da saúde durante a pandemia foi negligente e feriu direitos fundamentais garantidos pela Constituição. Para o grupo, o presidente cometeu crimes de responsabilidade contra a probidade da administração (lei 1.079/50) e precisa ser responsabilizado pelas mais de 200 mil vidas perdidas para a Covid – 19. “Diante da mais grave crise de saúde pública da história do país e do planeta, o Presidente da República, irresponsavelmente, oscilou entre o negacionismo, o menosprezo e a sabotagem assumida das políticas de prevenção e atenção à saúde dos cidadãos brasileiros”, afirmam.
Mais de 370 pessoas, das mais variadas denominações, assinam a peça, que conta ainda com a chancela da Frente Ampla Cristã, do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), da Comissão Nacional Justiça e Paz (órgão ligado à CNBB), da Câmara Episcopal da Igreja Anglicana do Brasil (IEAB) e da Aliança de Batistas do Brasil. Também assinam os seguintes movimentos: Aliança de Negras e Negros Evangélicos do Brasil (ANNEB); Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara (CEFEP); Coletivo Abrigo: Pastoral de educação e assistência social de Porto Alegre – RS; Coletivo Empatia Clarifranciscana; Coletivo Juventudes, Fé, Ciência; Coletivo de Mulheres das Organizações Religiosas do Distrito Federal (COMOR-DF); Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB); Cristãos Contra o Fascismo; Instituto Catarinense de Juventude (ICJ); Juventude Franciscana do Brasil (JUFRA); Liberta – Movimento de Igrejas Libertárias; Movimento Fé e Política RS; Movimento Social de Mulheres Evangélicas do Brasil (MOSMEB); Movimento Social Religioso do Distrito Federal; Mulheres Contra Bolsonaro e Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP).
“No caso destes signatários e signatárias, como cristãos e cristãs entendemos ser nosso dever participar da luta pela promoção e defesa dos direitos humanos e contra qualquer tipo de opressão ou ação que tenha como resultado o adoecimento e a morte da população. Por esse motivo é que nos colocamos na luta pelo afastamento do senhor presidente da República Jair Messias Bolsonaro, por não mais ser possível para a sociedade brasileira suportar o cometimento de tantos crimes de responsabilidade que, ao fim, ceifam vidas inocentes”,
Em outro trecho, as lideranças declaram: “Ciente de antemão da incapacidade de seu governo gerir essa enorme crise sanitária e, igualmente, os impactos econômicos imediatamente projetados, Bolsonaro deu início a um festival de desinformação, de desorganização administrativa e de renovação de ataques aos entes subnacionais, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal”.
Com o pedido das igrejas, chegam a 62 as denúncias apresentadas à mesa da Câmara contra o presidente Jair Bolsonaro. Agora, cabe a presidência da casa legislativa analisar os pedidos.
Clique aqui e leia a peça protocolada pelas igrejas.