O presidente da República, Jair Bolsonaro, segue ignorando as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), de médicos, especialistas de diversas áreas, especialmente epidemiologistas, e sabota as medidas acertadas de isolamento social e quarentena que a maioria dos governadores do país implementaram com o intuito de frear a infecção das pessoas pelo Coronavírus Covid-19.
Enquanto governadores e centenas de entidades e instituições tentam reduzir ao máximo o número de mortos que o país terá com a pandemia, Bolsonaro fez um pronunciamento em rede nacional de televisão para fazer pouco caso da doença, incentivar aglomerações e desautorizar recomendações de seu próprio Ministério da Saúde.
Ele chamou a pandemia – que já atingiu mais de meio milhão de pessoas em todo o planeta – de gripezinha e resfriado, ignorando a alta mortalidade da doença.
O que o presidente fez não foi apenas mais um crime de responsabilidade, foi um crime contra a saúde pública e contra a vida da população.
No dia seguinte ao criminoso pronunciamento, muitas pessoas voltaram às ruas como se nada estivesse acontecendo, sem pensar que podem estar caminhando para a morte ou levando a morte para pessoas queridas.
Bolsonaro fez com que alguns abrissem mão do isolamento social, que é uma medida necessária inclusive para não sobrecarregar os sistemas de Saúde.
Milhões de textos e conteúdos passaram a ser disseminados nas redes sociais incentivando o fim da quarentena. Estão brincando com a vida das pessoas, incentivados pelo presidente de seu infame Gabinete do Ódio.
Empresários, preocupados com seus próprios bolsos, estão organizando carreatas por várias cidades do país.
Foi esta mesma mentalidade de priorizar a economia em vez da vida das pessoas que duas tragédias se instalaram na Europa.
Na Itália, onde há um mês o governo quis relaxar as medidas protetivas, hoje os médicos precisam escolher quem vai sobreviver e centenas de pessoas estão morrendo todos os dias, levados em comboio pelas cidades para serem cremadas porque não há como enterrar tantos corpos.
Na Espanha, chegou-se à cena mórbida de pistas de patinação no gelo virarem necrotérios improvisados pela falta de espaço nos necrotérios usuais.
Jair Bolsonaro quer um cenário pior no Brasil, país mais populoso que estes dois e com mais carências sociais e na atenção à saúde.
O resto do mundo entendeu que é hora de os governos salvarem suas populações, garantirem renda para a sobrevivência durante o período que a pandemia durar, e coordenarem isolamentos, quarentenas e o que for preciso para salvar vidas, seja pelas complicações da doença ou pelo exaurimento dos leitos e recursos hospitalares.
Até o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que inicialmente adotou a mesma linha de negação da pandemia, na quinta-feira (26) publicou carta pedindo para que os norteamericanos fiquem em casa.
Propaganda de morte
Seguindo essa agenda infame, o governo Bolsonaro ainda vai gastar quase R$ 5 milhões em uma campanha, contratada sem licitação, para incentivar as pessoas a voltarem às rotinas normais, isolando apenas os idosos.
O governo desconsidera que mais de 60% dos idosos do país vivem com pessoas mais novas. Além disso, há muitos outros critérios de risco que não apenas a idade.
Bolsonaro vai gastar recursos públicos para incentivar a população a rumar para a própria morte (e causar a morte de outras pessoas). Isso é inadmissível.
Profissionais da Saúde em risco
Para os profissionais da Saúde, como as trabalhadoras e os trabalhadores do HC-UFPR, o risco é ainda maior. Matematicamente falando, quanto mais pessoas forem infectadas, maior será a necessidade de atendimento e, portanto, maior exposição direta ao vírus.
Ou seja, a irresponsabilidade do presidente Bolsonaro colocará cada vez mais em risco a vida de quem continuará na linha de frente do combate à pandemia.
Como a propagação da pandemia, os sistemas de Saúde ficarão ainda mais sobrecarregados.
E em vez de revogar a Emenda Constitucional 95 (que restringiu o os investimentos em áreas sociais por 20 anos) para ampliar recursos da Saúde, o governo preferiu socorrer o sistema financeiro e anunciou quase R$ 1,3 trilhão para os bancos.
As atitudes do presidente são impensáveis até para os aliados políticos, que estão rompendo relação por não concordarem em colocar a população brasileiro em risco.
Reabrir escolas ou fazer pessoas abandonarem o isolamento enviar as pessoas para a morte e isso viola de maneira clara os direitos fundamentais da nossa Constituição.
Fonte: Sinditest-PR