A equipe do Sinditest responsável pelo Hospital de Clínicas atendeu mais de 50 trabalhadores(as) nos meses de julho, agosto e início de setembro. As reuniões foram realizadas por videoconferência, diante das orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) em relação à pandemia do coronavírus.
Os principais problemas verificados foram:
• Ausência de pagamento de adicional (ou o não pagamento no grau justo) para trabalhadores(as) que estão em situação evidente de insalubridade;
• Escalas de trabalho construídas sem diálogo por chefias que desconsideram situações específicas dos(as) trabalhadores(as);
• Mulheres (com filhos em idade escolar em casa devido à pandemia) com problemas na jornada de trabalho;
• Trabalhadores(as) com comorbidades atuando em áreas Covid;
• Utilização de “Orientações de Serviço” como instrumento de punição e assédio moral, sem o consentimento do(a) trabalhador (a);
• Movimentações realizadas por chefias sem consultar a equipe e nem mesmo o(a) próprio(a) trabalhador(a) que é colocado(a) à disposição, muitas vezes, à revelia.
• Sobrecarga de trabalho.
Para além dos problemas econômicos, todas as situações anteriores contribuem para o adoecimento mental dos(as) trabalhadores(as), que acabam, na maioria das vezes, se afastando do trabalho.
A equipe do Sinditest no Hospital de Clínicas conseguiu resolver uma grande parte das situações através de reuniões com as chefias e a direção do hospital. Porém, para que tais situações não se repitam, é preciso atacar os problemas pela raiz e avançar na construção de instrumentos de controle dos(as) trabalhadores(as) sobre suas chefias. O CHC não pode funcionar sob a lógica irracional produtivista. É preciso cuidar de quem cuida.
Precisamos democratizar o CHC. Não existirá uma verdadeira humanização sem democracia. A democratização do HC, através da eleição das chefias pelos(as) trabalhadores(as), é uma medida emergencial que contribuirá imensamente para impedir atitudes autoritárias, assédio moral e adoecimento. A Equipe do HC do Sindicato já está elaborando uma proposta metodológica para apresentar à Reitoria da UFPR e à Superintendência do hospital.
A gestão da Universidade e a direção do hospital precisam tratar, com a sensibilidade necessária, das questões novas trazidas pela pandemia. A situação das trabalhadoras que são mães (inclusive mães solos) é uma delas. Diante do ensino remoto nas escolas e o fechamento das creches por conta da pandemia, muitas mulheres, imensa maioria de nossa categoria no CHC, estão com problemas na jornada de trabalho por não terem com quem deixar os filhos em idade escolar. Precisamos encontrar soluções para que estas mulheres não sofram prejuízos financeiros e, e nem nas relações de trabalho com a instituição, por uma situação conjuntural de calamidade pública internacional.
Adicional de Insalubridade
Outra questão importante é a necessidade de corrigir as injustiças no pagamento do Adicional de Insalubridade. São os casos de trabalhadores(as) que deveriam recebê-lo por direito (ou ampliar o grau de recebimento) e que já solicitaram a revisão de suas situações específicas sem conseguir resposta positiva da Unidade de Segurança do Trabalho.
Para estas situações, o Sinditest já está providenciando a contratação de uma Engenheira de Saúde e Segurança do Trabalho. Nosso objetivo é construir laudos próprios, pelo Sindicato, para corrigir essas injustiças.
É muito importante que os trabalhadores que se sintam prejudicados no pagamento do Adicional de Insalubridade, procurem o sindicato para que possamos mapear todas as situações em que este importante direito esteja sendo sonegado.
Adicional de Insalubridade durante o período da pandemia
A equipe jurídica do sindicato já entrou com duas ações coletivas (uma para trabalhadores(as) RJU e outra para EBSERH) para lutar pelo direito de receber Adicional de Insalubridade durante o período da pandemia, exigindo grau máximo de insalubridade para todas e todos desde o mês de março deste ano, início do processo de contaminação no Brasil.
Essa ação foi aprovada por unanimidade em assembleia setorial do HC no dia 17 de setembro, como também foi aprovado uma campanha, com cartazes e adesivos, que será impulsionada pelo sindicato e os (as) trabalhadores (as) do hospital.
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