O fechamento das clínicas de otorrinolaringologia e de oftalmo preocupa a equipe de enfermagem do Hospital de Clínicas. Uma reunião, que contou com os(as) trabalhadores(as) envolvidos(as), gestores do HC e diretores do Sinditest, foi realizada hoje (03) à tarde na administração. Sob a justificativa de problemas estruturais, 12 leitos serão realocados para as clínicas de ortopedia e neurocirurgia.
“Foi feito um trabalho muito grande para que a otorrino e a oftalmo ampliassem os atendimentos, mas a gente sabe que precisava reformar. Essa é uma situação que precisa ser feita porque está fora das normas. Temos apenas dois banheiros no setor. Pensamos em levar outra clínica lá pra dentro, mas não temos estrutura para trazer mais oito leitos de outra coisa. Foram pensadas 500 possibilidades e também pensamos em deixar do jeito que está, mas dessa forma realmente a gente vai sacrificar muitos leitos”, afirmou a Dra Elizabeth Bernardino.
A redistribuição dos leitos irá diminuir a capacidade de atendimento dessas especialidades. A medida paliativa busca minimizar o impacto da redução de leitos para a população, o que inevitavelmente acontecerá. Além disso, cortes nas horas extras e nas APHs agravaram a situação e impactaram diretamente no número de atendimentos estimados pelo o hospital.
De acordo com a gestão, os(as) funcionários(as) serão distribuídos pelos setores com mais necessidade e poderão escolher onde irão trabalhar. “Faz dois meses que nós estamos trabalhando nisso, nós não íamos fazer nada disso se a gente tivesse outra saída. Vamos tentar acomodar todo mundo”.
Além dos problemas estruturais, a gestão justifica o fechamento das clínicas na falta de pessoal, o que acarreta no sub aproveitamento da capacidade de atendimento do setor. “Nós tínhamos uma expectativa de pessoal, quase todos os setores falta pessoal de enfermagem. Caímos na situação não só de pessoal, mas também de estrutura física. A dificuldade que nós temos é que realmente estávamos numa expectativa que entrassem pelo menos aquelas vagas que o pessoal da EBSERH se exonerou e saiu. Além disso, temos muitos leitos ociosos, que a gente não ocupa ou porque falta material ou porque falta centro cirúrgico”, afirmou a superintendente do Complexo Hospital de Clínicas Claudete Reggiani.
Para o coordenador do Sinditest, José Carlos de Assis, a EBSERH não está cumprindo com o que prometeu. “Quando a EBSERH entrou nesse hospital a promessa era que tudo ficaria as mil maravilhas. E o que nós estamos vendo é que tudo tem acontecido totalmente ao contrário”.
Os trabalhadores agora aguardam as listas de redistribuição dos locais de trabalho conforme o combinado com a gestão. O Sinditest acompanha de perto a questão.