Está estampada nas paredes do Hospital de Clínicas da UFPR tudo que você precisa saber sobre a insatisfação dos trabalhadores da Funpar. Não são apenas mensagens de reinvindicação por direitos, mas sim marcas de vida, do trabalho e da dedicação à sociedade.
Para quem dedica horas e horas na correria do dia a dia, as olheiras não são sinais de cansaço, são marcas de guerra. Porém, atualmente, o que seria um retrato da dedicação dos funparianos, virou cicatriz. Ainda mais diante da insegurança de um futuro melhor para essas famílias de mais de 500 trabalhadores.
Quem acompanha de perto, desde o início, esse processo sumário e que apunhala pelas costas os funcionários da Funpar no HC-UFPR é o Sinditest-PR. A entidade está na luta junto com os funparianos, mobilizando a categoria e a sociedade; Não arredaremos o pé, até o fim, nessa brava greve, que agora ganha mais um capítulo.
Isso porque, hoje (12), no segundo dia de greve, o movimento decidiu intensificar a mobilização e manter a paralisação. Dessa forma, amanhã, haverá mais marcas na parede, mais mensagens e ainda mais entusiasmo pela luta.
Greve dos funparianos no HC engrossa e já soma 35 setores. Alguns 100% paralisados
Está estampada nas paredes do Hospital de Clínicas da UFPR tudo que você precisa saber sobre a insatisfação dos trabalhadores da Funpar. Não são apenas mensagens de reinvindicação por direitos, mas sim marcas de vida, do trabalho e da dedicação à sociedade.
Posted by Sinditest-PR on Tuesday, November 12, 2019
Diário de greve
As atividades de mobilização são feitas na rua. Quem é solidário ao movimento não deve ficar em casa diante do desrespeito aos trabalhadores da Funpar no HC. Para engrossar essa mobilização, a organização começa às 7h, em frente ao hospital, na barraca da greve. Lá está disponível o abaixo assinado em defesa dos empregos para a população assinar.
A adesão ao movimento grevista só aumenta. “Isso foi perceptível na assinatura da lista de presença. Fizemos um levantamento dos setores afetados no hospital, a partir dos relatos dos próprios grevistas, e somamos 35 locais de trabalho afetados pela greve”, revelou o coordenador-geral do sindicato, Daniel Mittelbach.
Desse número bastante significativo, há setores com 100% de paralisação, como é o caso do Banco de leite, Manutenção, Creche Pipa Encantada, Sevisp e a UVS. “O impacto no HC vai ser sentido com mais intensidade na quinta-feira, por conta do desabastecimento do Hospital”, completa Daniel.
Essa mobilização já ganhou corpo e a tendência é que ganhe proporções ainda maiores. Esse é o sentimento dos funparianos, já que uma coisa certa: nessa luta não há “soldado” abandonado. Nas conversas durante o café da manhã, na barraca da greve, o sentimento de união da categoria foi a tônica das conversas. Diante da incerteza das demissões, a maior certeza é de que a luta e a unidade são o único caminho possível.
Também nas atividades das oficinas de cartazes, quando o pessoal escreve suas mensagens para colar nas paredes do HC, há solidariedade entre os trabalhadores que estão passando por situações parecidas.
Algo semelhante também foi sentido quando todos marcharam juntos rumo à Reitoria da UFPR, nesta manhã, dialogando com a população ao redor do hospital. Após o ato político, os trabalhadores foram recebidos em uma reunião na Sala dos Conselhos com a vice-reitora da UFPR, professora Graciela Bolzon, e a chefe de Gabinete do Reitor, Marinês Thomaz . Na oportunidade os funparianos puderam expressar toda a angústia do momento que a categoria vive. Para a direção do Sinditest-PR, houve um diálogo importante.
Os representantes da UFPR mais uma vez explicaram que há uma pressão da EBSERH e do própria MEC pela efetivação das demissões, porém, até agora, não enviaram os recursos para as rescisões e não estipularam prazo.
Daniel Mittelbach, presente nesse momento, explicou que foi importante para os trabalhadores abrir esse diálogo, falar e mostrar todo esse sentimento de insatisfação. “É uma sensação de abandono e descaso por parte dos gestores, como se essas trabalhadoras e trabalhadores fossem dispensáveis”.
Encaminhamentos
Nessa reunião com a reitoria da UFPR, foi informado que os gestores já definiram os critérios de desligamento dos trabalhadores, caso a UFPR recebe o dinheiro do governo federal. Tais critérios, conforme solicitação dos trabalhadores, serão encaminhados ao Sinditest-PR pela Reitoria da UFPR para se sejam divulgados; outra informação importante foi a confirmação da prorrogação do contrato da Funpar com o HC, que vence no próximo dia 15; e, por último, a Reitoria da UFPR se comprometeu, caso não se efetive as demissão dos trabalhadores da Funpar até 24 de novembro (prazo dado pela Ação Civil Pública) haverá, já no 25 de novembro, retomada das conversas entre ministério público, UFPR, Ebserh, sindicatos e comissão de trabalhadores, para discutir o futuro desses trabalhadores da Funpar.
Depois da reunião, todos retomaram o ato no pátio da reitoria, destacaram a importância do diálogo e mantiveram a pauta central do movimento, que é a manutenção dos empregos, algo que ainda não foi conquistado. Também foi aprovada por unanimidade a continuidade da greve por tempo indeterminado.
Portanto, a concentração na barrada de greve, a mobilização dos trabalhadores e o trabalho de sensibilização da sociedade, continua. E quem se importa com o HC, com a qualidade dos serviços, com as melhoras para a sociedade e, principalmente, com o futuro desses mais de 500 trabalhadores e suas famílias, já sabe: todos os caminhos levam para a greve em frente ao hospital, a partir das 7h da manhã.
A programação do terceiro dia da paralisação contará com ato em frente ao HC, onde se buscará uma agenda de reunião, dessa vez com representantes da Ebserh. Também será mantida a coleta de assinaturas do abaixo assinado na barraca da greve, em busca do apoio da população.
Até o momento os setores do HC afetados pela greve são:
Divisão de Gestão de Pessoas; Serviço Social; Plantão PA; Anatomia Patologia; Informática; Suprimentos; Ambulatório; Call Center; Divisão Médica; Ambulatório de Infusão; Farmácia; Farmácia do Centro Cirúrgico e Especial; Serviço de Vigilância e Segurança do Paciente; Unidade de Vigilância e Saúde; Gerência de Ensino e Pesquisa; Serviço de Gestão Ambulatorial; Endoscopia; Eletroencefalograma; UTI Cardiológica; Unidade de Esterilização de Material; Central de Agendamento; Manutenção; Arquivo; Financeiro; Compras; Contratos; Abastecimento; Nefrologia; Faturamento; Fisioterapia; Engenharia; Centro Cirúrgico; Almoxarifado e Hotelaria.